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domingo, 4 de outubro de 2009

“Me devolvam”.

No recesso de carnaval do ano passado que fizemos em Penedo, tivemos como tema “a verdadeira conversão.O nascer de Novo”. Meus estudos foram nesse sentido e houve dissertações dos representantes dos grupos que apesar dos nomes hilários (os grupos) trabalharam muito bem a questão e fizeram colocações dignas de uma saudável teologia bíblica, de uma séria teologia sistemática e de uma equilibrada teologia dogmática.Pensei em fazer uma “declaração de Penedo” mas há alguns pontos que precisariam ser trabalhados pelas posturas diferentes apresentadas e não houve tempo.

Entre os materiais que apresentei para ajudar nas discussões passamos em forma de Vídeo momentos da vida do Elvis Presley que nos mostraram sua forte formação evangélica na infância e do quanto isso durante a sua vida lhe trouxe crises e esperanças. Todos ficamos admirados em saber da sua paixão pela música evangélica, a ponto de contratar músicos vocais e instrumentistas para ficarem com ele cantando hinos madrugada a dentro após os seus “shows”. Ouvimos testemunhos de suas idas e vindas, de seus altos e baixos em termos de fé evangélica e a palavra do Reverendo Rex Humbard, pastor batista e tele-evangelista trouxe algo alentador ao nos dar a idéia que ele, Elvis, ao final da sua vida (foi este pastor quem celebrou o seu funeral) deixou que as suas raízes evangélicas pentecostais e batistas falassem mais alto nas suas horas finais.

Dentre os tais artistas que o Elvis contratara para cantar com eles hinos evangélicos havia um quarteto que era bastante conhecido no mundo gospel americano e que era um dos melhores na interpretação de um canto gospel chamado GIVE ME THAT OLD TIME RELIGION (“Dá-me aquela religião dos velhos tempos” ou “Dá-me a velha religião”).Este é um cântico dos negros americanos batistas ou metodistas de 1873, muito simples em termos de letra pois, originalmente, apenas diz: “Dê-me aquela religião dos velhos tempos. Ela é suficiente para mim!”. Depois foram aparecendo modificações na letra mas todas sempre voltadas para essa idéia – “dá-me aquela religião dos velhos tempos pois ela é suficiente para mim!”. Eu faria hoje um acréscimo no título – “GIVE ME AGAIN THAT OLD TIME RELIGION” – “Me devolvam aquela religião dos velhos tempos!”.

Eu tenho de pedir isso. Não posso aceitar que me ponham junto,por exemplo, daquele pregador que vi no vídeo dizendo ter sido curado de um câncer mas que antes teve uma visão na qual Deus transformou uma casa num imenso galinheiro e “batizou com o Espírito Santo” todas as aves ali e que elas falaram em línguas.Segundo ele, uma das aves(acho que foi um galo), “veio e pôs sua asa sobre mim e profetizou”.Aí, com sua gritaria comum aos pregadores do seu tipo, diz: “Eu sou louco? Não! Eu sou pentecostal!”. Que desrespeito com os pentecostais sérios, preocupados com a dignificação do Evangelho e não a sua ridicularização. Ainda por cima tentam justificar esse desequilíbrio com o texto em que a mula de Balaão falou. Eles dizem “Se a mula de Balaão falou, porque um galo e uma galinha não podem falar?” . Essa gente arranca o texto do contexto com uma facilidade imensa. Quem lê o texto do episódio no qual a mula de Balaão fala (Números 22.21-31), especialmente no versículo 31 que diz “então o Senhor abriu os olhos de Balaão e ele viu o anjo do Senhor...”, percebe que fora o Anjo que falara pela mula por causa da teimosia desse falso profeta. Não é que Deus não possa fazer até uma pedra falar, mas Deus é maravilhosamente coerente e foi Ele quem fez os animais sem o dom da fala.Falar não é só repetir palavras mas é também articular pensamentos e exteriorizá-los. Nenhum animal faz isso, nem mesmo o papagaio. Os psitaciformes (nem todos), repetem os sons que ouvem e se condicionam a repetir o que aprenderam. Eles podem, por exemplo, aprenderem a assobiar o hino do flamengo mas eles jamais poderiam perguntar por conta própria: “quem disse que eu torço para o flamengo?!” Quando a serpente falou com Eva, está claro que quem falou foi o diabo travestido de serpente que por ser, na criação, um animal que se destacava pela habilidade, chamava a atenção de Eva e o diabo vira isso, mas não há qualquer relato do Gênesis falando que os animais falavam.Outra coisa ainda é ver as consequências do episódio da mula de

Balaão em termos de nações, em termos de Israel como nação, em termos de culto e ver o que pessoas são capazes de fazer para se apresentar como “enviados mais do que especiais” de Deus e chamarem a atenção para si e não para Deus.Um vídeo dessa destaca sempre o homem e não Deus.

A propósito, quando Jesus diz “até as pedras clamarão”, não está falando de pedras terem vozes mas dos que, considerados sem importância alguma para a nata judaica como as crianças, os aleijados, os mendigos alçariam sua vozes em seu louvor, que foi o que aconteceu e pode sempre acontecer. É só ler os textos da entrada triunfal de Jesus para perceber isso.

“Me devolvam aquela religião dos velhos tempos” porque ela não tem nada a ver com o que vi em outro vídeo. Eu não tenho nada a ver com a religião desse senhor chamado de “pregador evangélico!” que diante de uma platéia começa a anunciar que algo está para acontecer, que está vindo, está vindo e, de repente, começa a rodopiar. Rodopia, rodopia acompanhado por um pregador auxiliar que vai dando uma espécie de direção aos rodopios do pregador que são tão fortes que o termo parece se tornar num vestido. Ah, ele se diz “cheio do Espírito Santo” mas claramente fala um palavrão em meio ao seu rodopio.

Lembrei-me de um documentário sobre os muçulmanos. Entre os muçulmanos existem os chamados “dervixes” ou “dançarinos de Alá”.São muçulmanos ditos “místicos” que para se comunicar com Alá entram em transe, usam a glossolalia e dançam rodopiando. Rodopiando exatamente como esse pregador! Aliás, gente que veio do baixo-espiritismo me dizem que há rodopios em rituais baixo-espíritas. Se evangélicos fazem isso, então somos “farinha do mesmo saco”. Não somos. Eu não!

“Me devolvam aquela religião dos velhos tempos” que não é a desse cantor evangélico cujo nome já está sendo badalado e que quando louva é uma “imitação barata e ruim do Michael Jackson” de triste memória. Gordinho como eu (não sei se mais do que eu), canta os seus hinos e dança trocando as pernas “à La Michael Jackson”. Já me imaginaram, eu gordinho assim, diante dos irmãos, de terno e gravata, dançando com os passos do Michael Jackson? Com certeza muitos ririam achando “engraçado” mesmo que não gostassem; outros ficariam deslumbrados e me imitariam. Outros chorariam!

Aliás, num dos seus cânticos, esse cantor evangélico diz:”Que venha a perseguição — com Deus!”.

Meu Deus, de repente “Igreja perseguida”, “perseguição” ficou na moda e as pessoas estão “ouvindo o galo cantar mas não sabem onde” e aí virou “status” dizer que se está envolvido com a Igreja sofredora e sabendo que uma perseguição pode nos alcançar (estão criando o ambiente para isso). Mas é muito pouca gente que alcança o que isso significa.Até a peça sobre a “igreja sofredora” que foi encenada aqui, disseram-me, já está sendo pensada em outros lugares com a preocupação de ser ainda “mais chocante, mais realista!”. Estão brincando com coisas sérias demais!

É por isso que, a essa altura, cansado, com gosto amargo na boca que piorou ao ler no meu vídeo a notícia “evangélicos praticam nudismo em praias brasileiras e sem culpa”- afinal, sei que adianta muito pouco a gente falar, protestar, eu como bom “cristão evangélico batista e protestante”, estou dizendo assim mesmo: “Me devolvam aquela religião dos velhos tempos!”

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Pr. Valdemir Alves da Silva


Jesus Cristo te ama!

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