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sexta-feira, 1 de maio de 2009

A realidade sobre a Índia

ÍNDIA (22º) - Esta é a primeira parte do artigo intitulado A realidade sobre a Índia.

Na Índia, país predominantemente hinduísta, os cristãos são de longe uma minoria. Eles têm sido perseguidos durante anos, e no estado de Orissa, local mais tenso do país, cerca de 50 pessoas perderam suas vidas em uma onda de violência que ocorreu em 2008. Como ocorre a perseguição dos cristãos indianos? Qual é a história desses cristãos? E como se preparam para enfrentar tamanha opressão?

Escrito pelo jornalista Gerald Bruins.

Nova Déli – Na Igreja Metodista Betel, localizada na cidade de Noida, que fica na capital superpopulosa de Nova Déli, os jovens são responsáveis pelas atividades da manhã. Eles lêem as Escrituras, fazem um período de adoração, usando guitarra e bateria, e cantando musicas compostas por eles mesmos. Certa manhã, além das coisas de costume, eles encenaram uma peça. De repente, alguns jovens com mantas enroladas na cabeça e com pedaços de madeira nas mãos invadiram a igreja e bateram no “pastor”, um jovem com uma vestimenta litúrgica. Alguns cristãos foram atirados no chão. O pastor arrastou-se até o microfone e com a voz sufocada citou as conhecidas palavras de Jesus: “Pai, perdoa-os, pois não sabem o que estão fazendo”.

Esse é o modo que esses jovens encontraram para chamar atenção para a perseguição que seus irmãos cristãos têm enfrentado. Esse é o assunto que tem mais ocupado a mente dos cristãos indianos, principalmente, após a grande violência feita contra os cristãos do estado de Orissa em agosto, na qual se estima que cerca de 50 pessoas foram mortas, 4.500 casas e igrejas foram destruídas, e mais de 50 mil pessoas ficaram desalojadas.

Na capital, os cristãos podem realizar suas atividades com total liberdade, mas em outras partes do grande país a situação é precária. É por isso que duzentos pastores, fundadores de igrejas e evangelistas de todos os lugares do país se encontraram secretamente, em algum lugar do norte da Índia, para um seminário chamado PFAT. Durante quatro dias cheios, os participantes receberam ensinamentos, na maioria dos casos pela primeira vez, sobre a perseguição de acordo com a perspectiva bíblica.

Realizado pela equipe indiana da Portas Abertas Internacional, organização mundial que apoia os cristãos perseguidos, o seminário ainda abriu espaço para testemunhos pessoais. Após as discussões, geralmente os participantes chegavam à seguinte conclusão: acreditar em Jesus na Índia pode custar tudo: filhos, família, casa, igreja e até a própria vida. O fio condutor de todos os testemunhos contados eram os grupos de hindus extremistas, que apareciam do nada, cercavam os cristãos, os ameaçavam com pedaços de madeira e armas, e incendiavam suas casas e igrejas. É importante fazer uma clara distinção entre os extremistas e os hindus “comuns”, que em muitas regiões do país vivem pacificamente com cristãos e muçulmanos.

O comportamento dos hinduístas radicais pode ser ilustrado através dos incidentes que envolvem Anil Kumar, pastor de uma igreja pentecostal. Ele lidera três comunidades que somam um total de 100 membros no norte do estado de Uttarakhand. No dia cinco de janeiro de 2008, ele foi ameaçado por telefone. Ordenaram que parasse os cultos da igreja. Alguns meses antes, a polícia o prendeu sob a acusação de “forçar conversões”, ou seja, de tentar converter hindus à fé cristã, o que é proibido em alguns estados indianos que possuem leis anticonversão. Depois disso, foi solto porque faltavam evidências.

Alguns meses atrás, um grupo de hindus se juntou em frente à sua igreja, gritando e ofendendo os membros. Logo em seguida, enquanto o culto estava ocorrendo, houve um ataque à igreja. Eles espancaram os fieis, que fugiram de lá em pânico, alguns com as pernas quebradas, mas ainda assim, tiveram que correr.

Kumar foi detido novamente e trancafiado durante vários dias. Enquanto me contava a história, o pastor começou a chorar, não por causa do sofrimento que passou, mas porque sob tamanha pressão, alguns se reconverteram ao hinduísmo. E por mais que os radicais estejam distribuindo um panfleto com sua foto, para tentar expulsá-lo da cidade, o pastor não pretende parar de fazer o que faz.

“Jesus está comigo. E abri um processo legal contra a polícia. Aprendi a defender meus direitos neste seminário”, afirma.

Feridas à faca

Raju Baria, o líder de uma igreja doméstica em uma cidade do estado de Madhya Pradesh, carrega no corpo sinais visíveis da perseguição. Alguns anos atrás, radicais hindus o esfaquearam repetidas vezes no braço, e o atingiram nas costas com uma espada. No hospital, o médico não quis socorrê-lo.

“O médico disse que Jesus me curaria e me enviou de volta para a delegacia. Fiquei detido durante um mês, porque disseram que eu forçava as pessoas a se converterem. Aos poucos minhas feridas sararam.”

Após sua libertação, o pastor transferiu o culto da igreja para a casa de um amigo. Mais uma vez os extremistas fizeram um ataque, atearam fogo na casa e duas crianças que estavam em pânico pularam em um poço e se afogaram.

“Seis igrejas da região viraram cinzas”, ele comentou de maneira contida. Apesar da opressão, disse com lágrimas nos olhos que sua comunidade está crescendo. Como o pastor explica isso? “Continuamos a evangelizar e ocorreram muitas curas. Isso traz as pessoas a Jesus.”

Muitas histórias de milagres são contadas no seminário. Antes de sua conversão, o pastor Prakash Jha do estado de Madya Pradesh era membro de um grupo extremista hindu. Ele até atacou igrejas e cristãos.

“Uma organização fundamentalista fez uma lavagem cerebral em mim. Os líderes diziam que os cristãos eram chantagistas, que recebiam dinheiro de fora do país e forçavam os hindus a se converterem. Assim, nós tínhamos que fazer algo contra eles.”

Ele ganhou uma Bíblia de um amigo que se tornou cristão. Sem saber que tipo de livro havia recebido, começou a lê-lo. No evangelho de Mateus, leu que Jesus pediu que todos que estivessem cansados e sobrecarregados viessem a ele. Isso o aproximou da fé. Converteu-se após testemunhar uma oração que trouxe cura a uma mulher que havia sido mordida por um escorpião. Sua igreja está crescendo apesar da opressão, segundo o próprio relato, isso acontece por causa das muitas curas que têm ocorrido.

A perseguição também vem da família, contam os participantes do seminário. O pai de Bhupendra Nath é um guru, da casta brâmane, a mais elevada. Ele poderia ter seguido os passos do sacerdócio hindu, mas seus amigos de escola falaram para ele sobre Jesus e ele aceitou a fé.

“Imediatamente após a primeira oração que fiz, fui liberto de uma terrível dor de cabeça, que me incomodava já fazia muito tempo”, diz.

Como uma tentativa de fazer com que voltasse ao hinduísmo, o pai ordenou que fizesse diversos rituais, mas ele recusou-se. As pessoas da cidade começaram a pressioná-lo a voltar à fé hindu, mas ele resistiu.

“Então, meu pai ameaçou me matar e pagou alguns mercenários. Eu fugi da casa de meus pais com minha esposa e estou vivendo em um lugar secreto, bem longe da minha família. Isso me magoa muito. Sinto falta deles, mas agora vejo meus irmãos e irmãs da fé como família.”

Orissa

No seminário havia um grande número de ministros da Igreja Evangélica Luterana do distrito de Koraput, situado no estado de Orissa, o centro do pior ataque já realizado contra cristãos. Quando a violência começou na região de Kandhamal, a cerca de duzentos quilômetros de distância, os pastores pensaram que os ataques não os alcançariam, mas estavam errados. Após quatro dias, as multidões alcançaram Koraput também. O reverendo Sewak Ram conta como seu sogro, também pastor da Igreja Luterana, e sua esposa tiveram que fugir para a floresta, quando sua igreja foi incendiada.

“Eles tiraram primeiro tudo o que estava lá dentro, desde roupas até o fogão a gás e as Bíblias, e as queimaram fora da igreja.”

Seu amigo, o reverendo Mahesh Pramanik, ficou preso no fogo cruzado. De um lado, estava a multidão enfurecida de hinduístas; do outro, um grupo de jovens (os cristãos da cidade estavam divididos), que queriam defender a igreja. Com a ajuda da polícia, foi possível impedir o confronto.

“Eu estava na frente do grupo cristão, com as mãos estendidas, e clamava para que eles não recorressem à violência. Isso deu certo, mas os hinduístas ainda assim incendiaram todas as igrejas.”

No total, 25 lugares de culto foram incendiados na região, assim como um número desconhecido de casas. Sessenta famílias cristãs perderam tudo.

“É surpreendente o fato de que não houve mortes nessa região”, diz Pramanik. “Os pastores nem ousam pensar em reconstrução, não há dinheiro para isso. No momento, fazemos os encontros debaixo de árvores ou em campos abertos.”

Em outros lugares de Orissa, os cristãos enfrentaram um destino muito pior: cinquenta pessoas foram assassinadas, mas de acordo com um relatório do Partido Comunista da Índia (marxista-leninista), 500 pessoas podem ter sido mortas. Segundos os comunistas, há rumores que dizem que os fundamentalistas hindus foram instruídos a destruir as evidências e queimar os corpos. As imagens de cristãos carbonizados porque atearam fogo neles ou porque não conseguiram sair de suas casas e igrejas durante os ataques, são frequentes.

O reverendo Abraham, da organização Full Gospel Trust, que trabalha entre as crianças pobres do norte da Índia, nasceu em Orissa. Ele visitou diversas vezes o distrito de Kandhamal, que foi fechado para a imprensa.

“Muitas pessoas ficaram traumatizadas, poisperderam um ou mais membros de sua família ou suas casas, e porque os documentos das propriedades foram queimados também, será difícil para eles retornarem.”

O fato de que as igrejas foram incendiadas não tem impedido que os cristãos se encontrem, seja em casa ou na floresta.

“É estranho pensar que você pode destruir o cristianismo ao destruir igrejas. Os cultos das igrejas simplesmente continuam a ocorrer, não importa quão difíceis são as situações.”

Das milhares de pessoas desabrigadas, um grande número está vivendo nos campos estabelecidos pelo governo. O pastor iniciou diversos projetos voltados para crianças: “Do ponto de vista emocional, elas estão muito feridas. Não podem ir à escola e estão condenadas ao ócio. Estamos desenvolvendo um projeto cheio de atividades.”

Abraham ouviu diversos relatos de pessoas que foram forçadas a se reconverterem ao hinduísmo. “Rasparam o cabelo dos cristãos, os forçaram a oferecer cocos a entidades, a beber urina de vaca e fizeram o sinal hindu na testa deles”, descreve o pastor.

Muitos cristãos em Orissa começaram a duvidar. Alguns já haviam perdido suas casas em um ataque em dezembro de 2007, e tinham acabado de reconstruí-las quando os hinduístas atacaram novamente e destruíram tudo. “Onde está Deus?”, alguns perguntam a si mesmos. Ore por eles e por todos os que foram forçados à reconversão ao hinduísmo, para que possam permanecer fieis a Jesus, mesmo que só no coração.

* Para evitar o reconhecimento das pessoas envolvidas, os nomes foram alterados no presente artigo.

Índia

• População: 1.129.866,154 (2007), depois da China, a Índia é o país com a maior população do mundo

Fonte: Perseguidos pela causa de Cristo
Missão Portas Abertas / www.portasabertas.org.br

Tradução: Homero S. Chagas

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ex-muçulmana é presa por se casar com um cristão


EGITO (21º) - A convertida Raheal Henen Mussa e seu marido copta estão escondidos da polícia e de sua família muçulmana por violarem um artigo da sharia (lei islâmica) que não existe no código penal egípcio.

A polícia prendeu Mussa, 22, no dia 13 de abril, por se casar com Sarwat George Ryiad em uma cerimônia comum (zawag al ‘urfi), uma forma não-registrada de matrimônio realizada no Egito, sem testemunhas. Essa cerimônia ganhou muita popularidade entre os jovens egípcios, mas não é sancionada pela maioria dos eruditos islâmicos.

Os dois assinaram um contrato de casamento entre eles. Somente Ryiad e seu advogado têm uma cópia. A polícia não conseguiu uma cópia do contrato, mas usou a existência dele como pretexto para a prisão de Mussa.

De acordo com uma interpretação da sharia, as mulheres muçulmanas não podem casar com não-muçulmanos, ainda que o contrário seja permitido, e o Artigo 2 da Constituição egípcia estipula que a sharia seja a base para a legislação.

Segundo a lei egípcia, os dois não cometeram um crime, já que não procuraram um reconhecimento para o casamento, mas a polícia e a família de Mussa estão coagindo o casal, dizendo que eles violaram a lei islâmica.

“Eles não violaram a lei, mas a família e a polícia estão adotando uma lei própria, que não está registrada”, diz Helmy Guirguis, presidente da Associação copta do Reino Unido. “A lei islâmica interpreta que, se uma garota muçulmana casa com um homem não-muçulmano, mesmo no papel, eles estão quebrando a lei de Deus, e não a lei dos homens.”

Os dois não puderam se casar em uma cerimônia oficial, pois Mussa é considerada muçulmana por nascimento, e mudar o status religioso de “islã” para “cristianismo” é impossível no Egito.

Conhecida como Samr Mohamed Hansen, Mussa se converteu ao cristianismo há três anos, antes de se casar com Ryiad. A polícia a prendeu quando chegou do trabalho. Eles a identificaram pela tatuagem da cruz copta em seu braço direito, uma marca comum entre os coptas.

Ela foi transferida para um posto operado pela polícia secreta, onde ficou até domingo (19 de abril), quando sua família a tirou de lá. Enquanto estava sob custódia, a família queimou a tatuagem.

Mussa fugiu de sua família na terça-feira (21). Ela e seu marido fugiram para o Cairo e estão escondidos. Se os dois forem pegos, os advogados temem que eles possam ser separados, presos e agredidos se Mussa voltar para a família.

A influência da sharia na lei egípcia também significa que os muçulmanos têm o direito (hisbah) de processar alguém que tenha violado os “direitos de Deus”. Isso pode significar que o casamento não reconhecido de Mussa e Ryiad pode torná-los alvos de extremistas muçulmanos querendo cumprir toda a lei.

O exemplo mais conhecido da aplicação do hisbah aconteceu em 1995, quando Nasr Abuh Zayd, professor da Universidade do Cairo, foi declarado um “infiel” e obrigado a se divorciar de sua esposa por criticar as visões ortodoxas do Alcorão.

Ryiad e Mussa não casaram em uma cerimônia copta, pois muitas igrejas evitam casar muçulmanos registrados com não-muçulmanos, por medo das autoridades e extremistas islâmicos.

“Ninguém no Egito pode realizar o casamento de um homem copta com uma mulher muçulmana”, afirma o advogado Naguib Gabriel. “Seria muito perigoso para a vida do pastor.”

Tradução: Deborah Stafussi

terça-feira, 28 de abril de 2009

Igreja histórica é invadida por radicais durante culto


ÍNDIA (22º) - Um grupo de 20-25 radicais hindus invadiu o culto de domingo, dia 19 de abril, na igreja histórica Douglas Memorial Church em Saoner, na Índia. Carregando paus, espadas uma pistola e forcados, os fanáticos agrediram duas mulheres nas pernas e louvaram os nomes de deusas hindus, destruindo uma Bíblia e instrumentos musicais, e danificando o altar.

Quando iam embora, os radicais quebraram as janelas de um ônibus escolar estacionado em frente à igreja.

Os grupos hindus VHP e Bajrang Dal negaram qualquer envolvimento no ataque, mas afirmou que os jovens hindus estavam furiosos com as conversões que têm ocorrido na área.

A polícia local disse que 10 minutos antes do ataque, alguém que alegava fazer parte do grupo radical VHP foi até a polícia e entregou um pedido para que houvesse uma ação contra as conversões em Saoner.

O pedido alegava que a igreja estava atingindo famílias pobres e oferecendo a conversão por meio da sedução.

“As alegações não têm fundamento”, afirma o pastor Mark Sarkharpekar, da Douglas Memorial. Ele disse que foi o primeiro ataque desse tipo.

O ataque começou assim que o pastor iniciou o sermão. Um forcado foi lançado contra ele, que conseguiu desviar e não ficou ferido.

A polícia prendeu seis dos envolvidos no ataque.

Fonte: International Christian Concern

Tradução: Deborah Stafussi
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