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sexta-feira, 25 de julho de 2008

Atletas em Pequim terão espaço para prática religiosa na Vila Olímpica

Cinco áreas específicas para serviços religiosos integram a Vila Olímpica que abrigará atletas de mais de 200 países em Pequim, durante as Olimpíadas. Os espaços são destinados às religiões com maior número de praticantes do mundo: cristianismo, budismo, islamismo, judaísmo e hinduismo. O espaço do hinduísmo, chamado de “Sala Tranqüila”, também será destinado às religiões minoritárias. A ação reconhece a diversidade existente ao redor do mundo e permite que atletas e integrantes de comissões técnicas mantenham seus ritos e cultos religiosos, além da comunhão com integrantes da mesma religião de outros países. A organização também disponibilizará um centro religioso, com sacerdotes e voluntários de diversas crenças, que prestarão apoio espiritual aos atletas, inclusive orientações sobre o preparo de alimentos para membros de religiões que restringem determinados tipos de alimentação. Os atletas terão à disposição comida oriental e ocidental 24 horas por dia, preparadas por mais de dois mil cozinheiros. A Vila Olímpica situa-se em uma área de 66 hectares e está pronta para receber os 16 mil atletas participantes dos jogos. A inauguração ocorre no dia 27 de julho. As Olimpíadas iniciam no dia 8 de agosto e terá os últimos eventos no dia 24.

Líder cristão é acusado de "destruir a harmonia dos jogos"


CHINA (10º) - Um líder de uma igreja doméstica não-registrada na China foi retirado à força de sua casa, juntamente com sua esposa. De acordo com a Associação de Ajuda à China (CAA, sigla em inglês), o casal tem sido perseguido pelas autoridades chinesas desde o dia 6 de julho. A única explicação dada pelas autoridades a respeito do tratamento dado é a de que “ao se encontrar com americanos, o pastor destruiu a harmonia dos Jogos Olímpicos de Pequim”. Conforme informou a CAA no dia 18 de julho, Bike Zhang, presidente da Federação de Igrejas Domésticas, e sua esposa, Xie Fenglan, foram forçados, pelos oficiais da Agência de Segurança Pública, a deixarem sua casa no distrito de Chaoyang, em Pequim. Ao descobrir que o casal havia encontrado abrigo na casa de um amigo, as autoridades os forçaram a deixar o lugar.
O dono de um hotel em outro distrito no qual o casal conseguiu se abrigar foi forçado a despejar o pastor e a esposa no dia 14 de julho. Os sficiais da Agência de Segurança da cidade ameaçaram prender o dono do hotel caso ele não despejasse o casal. Desalojamento forçado O pastor Zhang e sua esposa foram parados por policiais quando tentavam ir para outra cidade procurar um lugar para ficar. A CAA informou que eles foram levados para interrogatório no MInistério do Governo da cidade. O casal foi interrogado durante toda noite pelos policiais, sem comer, beber ou descansar. Às 6:00 horas, Xie Fenglan teve um colapso, porém só foi levada ao hospital depois das 11:00 da manhã. Após ela se restabelecer o suficiente para poder viajar, o casal foi liberado e seguiu para um hotel, onde novamente foram intimados e forçados a deixar a cidade. O pastor Zhang conseguiu alojar-se num hotel após levar sua esposa até a casa da irmã, em outra província, depois que a polícia impediu várias tentativas do casal na busca de um abrigo. No dia 16 de julho, enquanto saiu para comprar remédios para sua esposa, Zhang foi seguido por policiais e Xia foi forçada a deixar a casa de sua irmã. Vivendo nas ruasA última notícia recebida sobre o paradeiro do casal foi a de que Zhang e sua esposa estavam vivendo nas ruas, impossibilitados de encontrar abrigo. Quando perguntaram por que o casal estava sendo tratado dessa maneira, a CAA obteve como resposta que “Bike Zhang se encontrou com americanos e destruiu a harmonia dos Jogos Olímpicos de Pequim”. “O tratamento rude dado a um líder tão respeitado e amado da igreja doméstica da China, é chocante e também uma clara violação dos direitos humanos básicos e dos domínios da lei”, disse o presidente da CAA, Bob Fu, em uma declaração. “O governo chinês não tem mostrado remorso ou discrição ao transgredir as Nações Unidas e os tratados internacionais que garantem aos cidadãos liberdades humanas básicas, assim como abrigo e proteção”, disse ele. “As ações contra o pastor Bike Zhang e sua esposa são injustas e ilegais”, continua a declaração. “Esse tipo de comportamento... é reflexo de uma ditadura sem nenhuma consideração ao bem-estar dos cidadãos e não de um líder mundial merecedor da honra ser o país sede dos Jogos Olímpicos”. O caso Shi WeihanShi Weihan, outro chinês protestante, foi mantido sob custódia pela Agência Municipal de Segurança Pública de Pequim. A alegação é a de que ele é um “perigoso elemento religioso”. Shi Weihan é casado e tem duas filhas pequenas, sendo uma delas cidadã americana. Ele, um editor cristão, foi preso pela primeira vez em novembro de 2007 por “prática de negócios ilegais”, mas foi libertado em janeiro de 2008 depois de as autoridades determinarem que não havia provas suficientes para sustentar a acusação. No dia 19 de março, ele foi preso novamente, dessa vez por supostamente ter imprimido Bíblias e literatura cristã não autorizada (leia mais). “Apesar de ter prendido o Sr. Shi por um tempo maior do que o legalmente permitido, não ter apresentado acusações formais ou uma declaração judicial, a Agência de Segurança Pública ainda se recusa a autorizar a visita da família ou de advogados”, disse o porta-voz da CAA. “Exigindo uma investigação avançada naquilo que eles chamam de “caso complexo”, o governo obteve sucesso em aprisionar o dono de uma livraria cristã, registrada legalmente, em uma localização não divulgada, e sem dar qualquer garantia de que ele está recebendo seu remédio de diabetes.” A CAA “encoraja a comunidade internacional e todos aqueles que estejam preocupados a divulgar sua objeção a esses atos ao governo chinês”, disse Bob Fu. Tradução:
Maria Laura Liboni
Fonte: China Aid Association

terça-feira, 22 de julho de 2008

Bíblia mais antiga diponível na web

Versão mais antiga do livro mais conhecido no mundo ganha espaço na internet.De acordo com a Universidade de Leipzig, na Alemanha, a partir de quinta-feira, 24/07, cópias mais antigas da Bíblia, escrita em grego há mais de 1.600 anos, vão estar acessíveis. Tudo porque nesta semana, partes da Codex Sinaiticus, que contém o Novo Testamento mais velho e completo, estarão disponíveis na web. Imagens em alta resolução do Evangelho de Marcos, diversos livros do Velho Testamento e observações dos trabalhos feitos ao longo de séculos estarão no site www.codex-sinaiticus.net. A publicação online do Codex permitirá que qualquer um estude uma peça "fundamental" para os cristãos. Alguns textos estarão disponíveis com traduções em inglês e alemão', afirmou Ulrich Johannes Schneider, diretor da Biblioteca da Universidade de Leipzig. Especialistas acreditam que o documento, aproximadamente do ano 350, possa ser a cópia mais antiga da Bíblia, junto com o Codex Vaticanus outra versão antiga do livro. "Acho que é fantástico que graças à tecnologia agora podemos tornar acessíveis os artefatos culturais mais antigos - aqueles que de tão preciosos não poderiam ser vistos por ninguém - numa qualidade realmente alta", explicou Schneider. Fonte: Elnet

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Conferência inter-religiosa convida a ONU a integrar o diálogo

INTERNACIONAL - Terminou na sexta-feira (18), em Madri, na Espanha, a Conferência Mundial para o Diálogo Inter-religioso promovida pelo rei da Arábia Saudita, Abdallah Bin Abdulaziz Al Saud. Cerca de 300 expoentes religiosos provenientes do cristianismo, judaísmo, islamismo, entre outras religiões, participaram do encontro e elaboraram um documento final. Nele, eles afirmam que o diálogo inter-religioso é essencial para o futuro do mundo e que é oportuno que encontros como esse se realizem periodicamente. No documento, que foi também enviado às Nações Unidas, os participantes criticam os teóricos do confronto de civilizações e as tentativas de alimentar as divergências entre culturas diferentes que impedem a realização da paz e da coexistência pacífica.A conferência recebeu a adesão da Santa Sé, por meio do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, cardeal Jean-Louis Tauran, e do Grão Rabinato de Israel. Convite à ONU Os participantes convidam a ONU a apoiar tal documento a fim de promover o diálogo e o conhecimento recíproco entre os expoentes de várias religiões, civilizações e culturas através da criação de uma sessão dedicada ao diálogo. Além disso, a declaração afirma que o terrorismo é um dos principais obstáculos ao diálogo e à convivência. Os participantes do congresso concordaram com a idéia de que é preciso criar um grupo de especialistas que se encarregue de analisar os problemas que impedem o diálogo e indicar caminhos para solucioná-los. O cardeal Tauran partilhou com os presentes suas considerações e reiterou que a liberdade religiosa possibilita aos fiéis participar ativamente no diálogo público mediante responsabilidades sociais, políticas e culturais. Ele afirmou ainda que é preciso promover o conhecimento recíproco, encorajar o estudo das religiões de maneira objetiva e formar as pessoas ao diálogo inter-religioso.
Fonte: Zenit

domingo, 20 de julho de 2008

Ahmad Batebi conta como o Irã trata seus dissidentes

IRÃ (3º) - O iraniano Ahmad Batebi atingiu a fama em 17 de julho de 1999, ao aparecer na capa da revista "The Economist" segurando a camiseta ensangüentada de um colega manifestante – uma imagem que ele viu pela primeira vez no dia em que um juiz iraniano lhe deu uma bofetada e disse: “Você assinou sua própria sentença de morte.” Depois de uma década de combates políticos, oito anos em prisões iranianas, torturado e duas vezes levado à forca e enrolado à corda, Ahmad Batebi escapou e decidiu abandonar o Irã para um exílio incerto.
Atualmente, exilado nos Estados Unidos desde 24 de junho, e após várias longas entrevistas para publicações como a “The Economist” e o “The New York Times”, Ahmad Batebi ofereceu uma visão incomum do Irã sob o comando de religiosos islâmicos que impõem um regime de opressão, controle e tortura sobre os seus próprios cidadãos e que nos dá uma boa idéia do que a minoria cristã tem enfrentado nesse país. Qualquer pessoa que se opõe ao regime islâmico está sujeita a passar o que este homem passou. Acompanhe os momentos mais marcantes:A primeira execução que assistiuO desprezo de Ahmad Batebi pelo regime começou quando tinha nove anos, quando testemunhou um apedrejamento fatal. Depois da revolução islâmica de 1979, seu pai, burocrata aduaneiro que perdeu a popularidade com o regime do xá, se recusou a participar das Guardas Revolucionárias. Sua mãe, professora primária, ensinou a ele e a seus irmãos mais novos um islã leve, baseado na regra de ouro, que tinha pouco em comum com a teologia hostil dos aiatolás. Seu próprio despertar começou na quarta série, quando seu professor, farto das distorções de um livro didático oficial de história, explodiu: “Vão lá fora e leiam outras coisas para tentar chegar à verdade”. “O professor provavelmente nem se lembra”, disse Batebi. “Mas ele mudou o curso da minha vida.” Despertando para a verdadeAlgumas semanas depois, foi o apedrejamento. Apesar de sua mãe ter proibido, ele fugiu de casa para ver a comoção perto da escola. Ele viu um homem, acusado de adultério, enterrado até a cintura, sua cabeça coberta com um saco que ia ficando vermelho à medida que os Guardas Revolucionários arremessavam blocos de concreto. Um mulá que estava em cima de um muro dava as ordens, e uma multidão ambivalente de vizinhos observava. “Fiquei extremamente chocado”, ele se lembra. “Minhas mãos e minhas pernas tremiam”. Mais tarde, Ahmad passou a ter pesadelos. Anos depois, ele presenciaria enforcamentos públicos e mutilações. “Mas nada teve o impacto do apedrejamento”, ele disse. “Pensei: isso não pode ser o islã.” Na Universidade de Teerã, nos anos de 1990, Ahmad Batebi abraçou os estudos de fotojornalismo e fez cerca de 20 curtas com temas existencialistas, geralmente com sua própria guitarra como trilha sonora. Ele também participou de protestos estudantis e foi preso por três vezes.
A passeata e a foto que circulou pelo mundoOs protestos explodiram em 1999 no que ficaria conhecido como 18 Tir, como 8 de julho é chamado no calendário iraniano. Ahmad Batebi, ocupado com seu filme-tese sobre dependência de drogas, tropeçou nos manifestantes e se juntou a eles. Quando a polícia disparou contra a multidão, uma bala atingiu um jovem próximo a Batebi, que rasgou a camisa do estudante para tentar estancar o sangue. Depois de carregar o rapaz ferido para uma clínica improvisada, ele segurava a camisa para alertar os demais estudantes sobre o perigo de marchar em público. Um fotógrafo registrou o momento. Ahmad Batebi já estava na prisão quando a "The Economist" publicou a foto, colocando-o num perigo ainda maior. Quando o juiz que ouvia o caso lhe mostrou a revista, ele reagiu com um misto de medo e orgulho. “Primeiro, fiquei chocado e com medo”, disse. “Mas então pensei que mesmo que eles me matassem, já tinha dado um grande golpe no regime. Se aquela revista não publicasse, outras a fariam.” Dias na prisãoAhmad Batebi passou 17 meses de confinamento na solitária, incluindo sucessivas torturas por interrogadores que o obrigavam a dizer na televisão que a famosa camiseta estava manchada de tinta ou sangue de animal para sustentar a tese de "armação". Seus carcereiros o espancavam com um cabo de metal, batiam em seus testículos e chutavam seus dentes, ele contou. Eles seguravam a cabeça de Ahmad Batebi em uma poça de excrementos. Depois amarravam seus braços atrás das costas e o penduravam no teto. Outras vezes, o amarravam em uma cadeira, depois o mantinham acordado noite após noite, ferindo-o e esfregando sal nas feridas. Levado à forcaPor duas vezes, ele foi levado encapuzado para a forca. Uma vez a corda foi deixada em seu pescoço por 45 minutos, e ele desmaiou de medo, lembra-se. Na segunda vez, ele sentou, esperou, enquanto um prisioneiro de cada lado seu era enforcado. A foto que tanto enfureceu as autoridades pode ter salvado Batebi, à medida que aliados de todo o mundo abraçaram sua causa. Sua sentença de morte, por “agitar pessoas para criar perturbações”, foi reduzida, primeiro para 15 anos, depois para 10. Ano passado, depois que Batebi sofreu o que provavelmente foi um derrame e vários ataques de convulsão, ele foi liberado para tratamento médico. Em março, foi mandado de volta à prisão. Ele sabia que seus aliados queriam que ele mantivesse a luta mesmo atrás das grades, mas ele estava esgotado. “Não podia fazer mais do que eu já tinha feito”, disse. “Todo mundo precisa de uma vida.”
Como conseguiu fugirEm uma sala de bate-papo do Yahoo, em 13 de março, Ahmad Batebi entrou em contato com Mazahery, a advogada, que ele soube ter ajudado outros iranianos a entrar nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, por intermédio de uma ligação feita na prisão, ele pediu ajuda ao clandestino Partido Democrata Curdo do Irã. Com muitas precauções, as organizações clandestinas curdas o levaram até a fronteira – ele não diz exatamente onde. Então outro grupo de cinco homens assumiu o comando. Em 20 de março, quando os guias de Batebi o entregaram a novos guias curdos no Iraque, disse, ele não sentiu euforia. “De repente, fiquei com muito medo”, ele disse. “Eu era como um bebê separado da mãe chegando a um mundo totalmente desconhecido.” Quando seu vôo de Viena pousou no Dulles Airport na Virgínia no fim de junho, Batebi ficou impressionado ao ver que o funcionário do aeroporto acenando para o avião entrar na garagem era uma mulher muçulmana usando um lenço apertado na cabeça. O desejo de ver o país transformadoAhmad Batebi ficou fascinado, sentindo uma tolerância casual que era exatamente o que ele buscava em seu próprio país. “Para mim, parece que as pessoas aqui são livres para viver suas vidas, desde que não prejudiquem ninguém”, disse.

Ahmad Batebi agora fala de trabalhar de longe por mudanças pacificadoras no Irã. Ele revida quando é questionado sobre a possibilidade da ação militar norte-americana contra o Irã, dizendo que se os Estados Unidos atacarem, “posso voltar e lutar pelo meu país com minhas próprias mãos”. Ele tem objetivos comuns, os sonhos de um homem que passou grande parte de sua juventude em uma cela de prisão. Ele quer estudar política e sociologia, disse, e trabalhar como fotojornalista. Quer tocar guitarra. Pensou por um momento, depois se lembrou de mais uma pequena ambição. “Quero pescar!”, disse, com um sorriso relaxando seu rosto. “Eu vou pescar!”(Texto acrescido de informações do "The New York Times")
Tradução: Tsuli Narimatsu
Fonte: The Economist
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