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sábado, 8 de novembro de 2008

Um ídolo chamado mercado

Por Carlos Queiroz
Os mercadores da espiritualidade fazem do nome Jesus um mero amuleto.
O mercado tem sido cada vez mais citado como força propulsora de sociedades inteiras e de todo tipo de relação, das interpessoais às internacionais. Utilizando-se de uma série de mecanismos para estabelecer parâmetros, fomentar condutas e definir regras, o mercado tem sido elevado a uma espécie de altar neste século 21. Por suas regras, a capacidade empreendedora transforma matéria prima em produto, a fim de se atender às demandas e aos interesses dos clientes. É assim que surge o lucro, objetivo primordial do mercado; na outra ponta, o mesmo produto proporciona certo grau de satisfação a quem o consome. Entidade distante da compreensão das pessoas comuns, e ao mesmo tempo tão próxima a ponto de interferir na vida do indivíduo, o mercado transcendeu a esfera puramente econômica para intrometer-se na política, no esporte, na ecologia e até na religiosidade.
A indústria do futebol, por exemplo, conseguiu atender as demandas de entretenimento e paixão dos torcedores, transformando um tipo de “matéria-prima” em produto passível de comercialização. Empreendedores conseguiram transformar o futebol num dos mais rentáveis negócios de mercado. A capacidade de crianças e adolescentes de controlar e conduzir com os pés uma bola de futebol – habilidade tão comum entre os brasileiros – é o que alimenta essa indústria. Assim, a partir de garotos, são fabricados atletas nas indústrias especializadas do futebol, os clubes ou centros de treinamentos, que passam a vender atletas e serviços de entretenimento para seus clientes.
Outro exemplo marcante é o da chamada indústria de turismo, que nos últimos tempos tem sido uma das principais fontes de renda de diversos países. Há uma demanda de clientes interessados em novas experiências pessoais e no lazer. Pode-se considerar como “matérias-primas” deste mercado as belezas naturais de um determinado destino, assim como a arte, a cultura, o folclore ou a culinária de um povo ou região. Enfim, empreendedores de diversos segmentos conseguem atender às demandas de seu público-alvo, transformando até mesmo o talento ou a habilidade humana em produtos a serem comercializados.
E o mercado religioso? Este também tem crescido, e alimentado uma florescente indústria da fé. De um lado, temos a religião institucional utilizando-se dos elementos do mercado para justificar a funcionalidade pragmática de seus métodos; de outro, temos os devotos desse ídolo fundamentando esperanças no acúmulo de suas dádivas, os bens materiais. Desse modo, surge uma nova forma de ser e fazer religião, que de fato caracteriza-se muito mais como um negócio de mercado. Há uma demanda subjetiva, a tentativa humana de encontrar na transcendência uma resposta para as questões da vida, um jeito de se encontrar um caminho mais fácil e rápido para solução de problemas e realização de expectativas.
O ser humano é, por natureza, religioso. Ele desfruta de um campo subjetivo, que o impulsiona ao exercício da fé e à busca de um espaço coletivo onde possa relacionar-se com a divindade. A matéria-prima capaz de atender a essa demanda é a oração, a reza e os cânticos, assim como a confissão, as experiências místicas e as manifestações espetaculares, como o milagre. Empreendedores conseguem atender os desejos de seus clientes oferecendo-lhes os produtos da indústria dos negócios da religião. Da mesma forma como as indústrias fabricam o produto final que será comercializado, instituições religiosas são as fabricantes de respostas para consumo da alma. No mercado, tanto umas como as outras têm a mesma natureza e usam a mesma lógica.
Pela lei da oferta e da procura, que rege o mercado desde os primórdios da civilização, é a sociedade que determina a viabilidade dos empreendimentos. Nos dias de hoje, com o surgimento de novos mercados, cabe a ela, também, o papel de acompanhamento e fiscalização dos negócios que realizam. Os empreendedores da atividade religiosa e seus atravessadores usam como mediação o nome de Jesus, e muitos acreditam que estão seguindo de fato a Cristo. Não percebem que, na raiz dessa neocristandade, não se está buscando ao Senhor nem os compromissos decorrentes do seu Reino, mas apenas objetivando interesses exclusivamente materialistas. Os mercadores da espiritualidade fazem do nome Jesus um mero amuleto.
Dentro de tamanha relação mercantilista, não há diferença se o mediador é o Filho de Deus ou um ídolo qualquer – até porque, neste caso, a grande divindade é o capital, a conta bancária, enfim, o vil metal. Todavia, transações de caráter comercial não cabem no Evangelho. Para os servos de Deus, é necessário averiguar na experiência de Jesus Cristo e da primeira geração de discípulos uma outra maquete, fundamentada na graça, no amor e serviço aos pobres e marginalizados; enfim, uma opção de serviço e sacrifício pelo bem comum.
Nesse novo jeito de se fazer religião, muitos cristãos, inclusive os de boa vontade, não percebem que fazem parte de uma nova ordem espiritual regida pelo ídolo do mercado. Uma divindade cujas faces modernas nada mais são do que maneiras novas de se fazer coisas antigas. Só não percebe quem ficou cego pelo deus deste século.

Fonte:http://www.cristianismohoje.com.br/

Cristãos começam a voltar para Mosul


IRAQUE (21º) - Gradativamente, cristãos da cidade de Mosul estão voltando para casa.

A tensão dos recentes ataques contra eles está diminuindo, permitindo o retorno deles à idade.

Jawdat Ismaeel, funcionário local da Migração, disse que o êxodo de cristãos da cidade acabou, segundo a agência de imprensa Associated Press.

Em outubro, uma grande quantidade de ameaças de morte contra a comunidade cristã de Mosul levou metade dos cristãos da cidade, cerca de 13 mil cidadãos, a fugir da violência local.

Acredita-se que extremistas sunitas estavam por trás dos episódios de violência, na tentativa de pressionar os cristãos a saírem da região. No entanto, mais de 200 pessoas já retornaram aos seus lares.

Os atos de violência foram condenados pelo governo do primeiro-ministro Nouri Maliki, que chegou a oferecer 1 milhão de dinares iraquianos a cada família que retornasse a Mosul. Além disso, o Departamento de Migração concedeu aos funcionários públicos e estudantes cristãos uma licença até o fim de outubro para suas faltas tanto no trabalho quanto na escola.


Tradução: Maria Laura Liboni


Fonte: Christian Today

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Vinte membros de igreja clandestina são presos

ERITRÉIA (11º) - Em 12 de outubro, policiais eritreus aprisionaram cerca de 20 cristãos pertencentes à igreja clandestina Missão da Fé, em Deki-Zeru, uma pequena cidade a 30 km de Asmara, a capital.

Eles estavam realizando um culto quando as forças de segurança invadiram a igreja. Os cristãos, incluindo alguns anciãos, ainda permanecem presos.

Essa não foi a primeira vez que membros da Igreja Missão da Fé foram presos. Na véspera do Natal, em 2007, forças de segurança prenderam 35 membros da igreja na cidade portuária de Massawa. Todos foram libertados em 16 de fevereiro de 2008.

A Igreja Missão da Fé vem realizando atividades evangelísticas e de desenvolvimento na Eritréia por mais de cinco décadas. A igreja foi forçada a se tornar clandestina depois que o governo emitiu um decreto em 2002, que exigia que todas as igrejas se registrassem. As autoridades, então, permitiram apenas que três denominações cristãs se registrassem. As três Igrejas registradas são: a Igreja Ortodoxa da Eritréia, a Igreja Católica Romana e a Igreja Evangélica Luterana da Eritréia.

O governo eritreu está perseguindo os membros das igrejas registradas e não-registradas. Até agora, mais de 2 mil cristãos foram aprisionados em contêineres de transporte marítimo, quartéis militares e cadeias.


Tradução: Gilmar Tsalikis



Missão Portas Abertas

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Igrejas e pastores são alvos após a Olimpíada

CHINA (10º) - Desde o fim dos Jogos Olímpicos, a associação China Aid recebeu relatos de intensificada perseguição religiosa por toda China.

A China Aid soube que 29 líderes de igrejas não-registradas estão presos em campos de trabalhos forçados e prisões na província de Henan desde 9 de julho de 2007. Eles são acusados de serem membros de seitas.

Dentre esses 29 líderes, um foi solto em setembro de 2008. Outros sete membros pertencem a um movimento de igreja não-registrada na cidade de Lingbao, parte do movimento “Nascidos de Novo”. Eles foram sentenciados pelo tribunal em 9 de julho de 2007, como sendo “membros de seitas”.

O governo chinês teve muitos problemas com grupos que se identificavam como “seitas”, de qualquer corrente religiosa. Qualquer movimento que tenha as mesmas características de uma “seita” é logo oprimido com bastante rigor.

Um líder foi sentenciado a sete anos de prisão – essa é a sentença mais dura contra um líder de igreja não-registrada aplicada nos últimos anos, com exceção do pastor Zhang Rongliang, condenado em 2004 sete anos e meio de prisão, por “tentar cruzar a fronteira ilegalmente e falsificar um documento oficial”.

Na província de Shandong, o pastor Zhang Zhongxin foi sentenciado a dois anos de reeducação através de trabalhos forçados. Depois das Olimpíadas, seu apelo foi negado. O advogado do pastor Zhongxin, Li Fangping, foi impedido de se encontrar com ele, porque as autoridades afirmam que o Zhongxin poderia pôr em risco a segurança do Estado.

Na província de Heilongjiang, o governo da cidade de Yichuan baniu todas as igrejas não-registradas em meados de outubro. De acordo com fontes da região, policiais têm ordenado a todas as igrejas não-registradas na cidade para que interrompessem suas atividades, de acordo com uma diretriz verbal do governo federal e provincial, repassada para diferentes níveis de agencias governamentais.


Tradução: Desiree Froes



Fonte: China Aid Association

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cristão morre de malária em prisão militar

ERITRÉIA (11º) - A Portas Abertas recebeu a notícia de que mais outro cristão evangélico morreu em uma prisão militar. Teklesenbet Gebreab Kiflom, 36 anos, morreu enquanto estava cativo no Centro de Confinamento Militar Wi’a. Não se sabe a data exata de sua morte.

Ele havia servido na Unidade 31 do Ministério da Defesa do Estado da Eritréia.

Teklesenbet, membro da Igreja do Evangelho Pleno, foi detido durante uma reunião de oração em Assab há aproximadamente um ano. De acordo com fontes, ele sofreu punições militares severas durante seu encarceramento.

Ele teria morrido de malária. Os comandantes de Wi’a se recusaram a lhe dar atendimento médico mesmo estando sua doença em estágio avançado. Fontes dizem que ele foi sepultado secretamente em Wi’a.

Não se sabe ao certo, mas a mãe de Teklesenbet tem 88 anos de idade, e ele era filho único.

Esta é o segundo registro de morte de malária relacionada à falta de tratamento a um cristão evangélico no centro militar de Wi’a. Em junho deste ano, a agência de notícias Compass Direct relatou a morte de Azib Simon, de 37 anos, sob circunstâncias semelhantes (leia mais).

Teklesenbet é o sexto cristão evangélico cuja morte na prisão por causa de sua fé foi confirmada.

Mais 65 presos

Essa notícia veio em meio a relatos de repetidos ataques a evangélicos na Eritréia.

Fontes dizem que, na semana passada, autoridades prenderam temporariamente 65 cristãos evangélicos, inclusive 14 mulheres, que pertenciam às igrejas clandestinas chamadas Igreja Kale Hiwot e Igreja do Deus Vivo, assim como a Igreja Fé Cristã, vista pelo governo como complacente. A prisão ocorreu em cinco locais: Adi-Teklezan Deke Zereeu, Hagaze, Anseba, Dekemhare e Adi-Kuala.

Essas prisões temporárias foram aparentemente feitas na forma de batidas policiais, com uma lista de nomes. Levavam-se pessoas, uma a uma, de seus lares e locais de trabalho.

Fontes confiáveis acreditam que esses nomes foram repassados por informantes de todo o país à Frente Popular pela Democracia e Justiça.

Fontes disseram que os detentos serão provavelmente levados para o novo campo de concentração militar Mitire, que o governo teria estabelecido como um local de punição para prisioneiros religiosos.

Mitire está localizado no nordeste da Eritréia, lugar conhecido pelo calor extremo ao longo de todo o ano. Diz-se que mais de cem cristãos já foram transferidos de várias outras prisões do país para Mitire.

Em outra ocorrência, no início de outubro, funcionários da imigração eritréia ordenaram a quatro missionários católicos que deixassem o país. A ordem foi anunciada pelo Serviço de Informação Católica para a África, em Nairóbi, em 24 de outubro.

O relato citava Flavio Paoli, dizendo que Lucia Andrioletti, Salesian Angelo Regazzo e Donata Maria Moruzzi receberam ordem de deixar a Eritréia em um prazo de oito dias. A irmã Lucia Andrioletti foi a única que realmente partiu, pois sua permissão para residir no país havia expirado. Os outros indicaram que haviam decidido permanecer até que recebessem um escrito, uma vez que, de acordo com eles, todos os seus documentos estão em ordem.

Em Asmara, esses missionários italianos realizam várias atividades, incluindo uma estrutura educacional que visa a melhorar a vida das crianças de rua, e a administração da maior biblioteca pública do país.

A Igreja Católica é uma das quatro religiões reconhecidas pelo governo eritreu. Em 2002, todas as igrejas protestantes independentes foram consideradas ilegais. Apenas o islã e as denominações cristãs luterana, católica e ortodoxa receberam reconhecimento oficial. Os prédios de todas as outras igrejas foram fechados e as reuniões privadas nos lares foram proibidas. Os adoradores que foram pegos desobedecendo a essas restrições enfrentam detenção e tortura nos campos de prisão, notórios por suas terríveis condições.

A agência de notícias Compass Direct estima que mais de dois mil cristãos, incluindo pastores e padres das igrejas ortodoxa e protestante, estejam presos em delegacias de polícia, acampamentos militares e prisões em todo o território da Eritréia por causa de sua fé. Embora muitos estejam encarcerados há meses ou mesmo anos, ninguém foi oficialmente acusado ou teve acesso a processo judicial.

Tradução: Getúlio Cidade



Missão Portas Abertas
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