Leia diariamente as mensagens aqui expostas, além de notícias em geral.

sábado, 7 de novembro de 2009

Alunos de escola bíblica veem a perseguição como treinamento

INDONÉSIA (41º) - Aproximadamente 700 alunos de uma Escola Bíblica na Indonésia estão sendo despejados por oficiais do governo.

De acordo com uma agência missionária, os alunos da escola em Jacarta começaram a sofrer perseguição quando foram atacados por muçulmanos radicais em julho de 2008. Os vizinhos reclamaram, pedindo que as autoridades expulsassem os estudantes por motivos de segurança. Agora, os alunos da Escola Bíblica Arastamar estão sendo despejados do gabinete do prefeito, onde estavam morando temporariamente.

Todd Nettleton, integrante da agência, diz que a perseguição é comum em nações muçulmanas.

“É interessante observar a reação dos alunos. Eles são alunos de teologia. São futuros pastores e missionários na Indonésia, e veem tudo isso como parte do treinamento. Quando eles olham para o futuro de sua vida ministerial, sabem que enfrentarão perseguição. Sabem que enfrentarão tempos difíceis, mas eles dizem: ‘Essa é uma grande preparação, pois quando sairmos para ministrar, enfrentaremos problemas como esses’.”

Todd Nettleton afirma que ainda não ficou claro se os estudantes do seminário poderão permanecer no local onde estão agora ou se serão novamente forçados a sair.

Tradução: Missão Portas Abertas

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Decisão de tirar crucifixo de escolas causa indignação na Itália

ITÁLIA (*) - A determinação da Corte Europeia de Direitos Humanos na terça-feira de proibir que as escolas italianas mantenham os crucifixos nas salas de aula causou indignação na Itália, onde esses símbolos religiosos fazem parte da psiquê nacional.

"A decisão da corte europeia foi recebida no Vaticano com choque e tristeza", disse o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
"É errado e uma miopia tentar excluí-lo (o crucifixo) do mundo da educação", disse ele, somando-se à indignação que a decisão desencadeou na Itália católica romana.

A sentença da corte, da qual a Itália informou que vai apelar, determina que crucifixos nas paredes das escolas, algo comum na vida italiana, poderiam perturbar crianças que não sejam cristãs.

A Itália vive um conturbado debate sobre como lidar com uma crescente população de imigrantes, na maioria muçulmanos, e a sentença da corte provavelmente se tornará um novo grito de guerra na política do governo de centro-direita para restringir a vinda de estrangeiros.

"Essa é uma decisão abominável", disse Rocco Buttiglione, ex-ministro da Cultura que ajudou a redigir encíclicas papais.

"Tem de ser rejeitada com firmeza. A Itália tem sua cultura, suas tradições e história. Aqueles que vêm viver entre nós têm de compreender e aceitar esta cultura e esta história", disse ele.

O porta-voz do Vaticano disse que era triste que o crucifixo possa ser considerado um símbolo de divisão e disse que a religião ofereceu uma contribuição vital à formação moral das pessoas.

Membros do governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi se enfureceram, usando palavras como "vergonhoso", "ofensivo", "absurdo", "inaceitável" e "pagão".

GOLPE MORTAL

O ministro de Relações Exteriores, Franco Frattini, disse que a corte deu um "golpe mortal em uma Europa de valores e direitos", acrescentando que isso foi um mau precedente para outros países.

A ministra da Educação, Mariastella Gelmini, disse que os crucifixos nas paredes de dezenas de milhares de salas de aula "não significam adesão ao catolicismo", mas são um símbolo da herança da Itália.

Pelo menos uma garota muçulmana discordou da corte.

"Se o crucifixo está lá e eu sou muçulmana, vou continuar a respeitar a minha religião. Jesus na sala de aula não me incomoda", disse Zenat, uma menina de 14 anos de origem egípcia, em declaração à Reuters TV.

Duas leis italianas dos anos 1920, quando os fascistas estavam no poder, determinam que as escolas devem ter os crucifixos nas paredes.

Alessandra Mussolini, neta do ditador fascista Benito Mussolini, disse que decretos como este estavam levando a uma "Europa sem identidade".

Apenas um punhado de políticos defendeu a corte, incluindo membros do Partido Comunista e de grupos ateus.

Fonte: Reuters

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Escola missionária cristã é incendiada

PAQUISTÃO (13º) - Nesta terça-feira, 3 de novembro, militantes incendiaram uma escola cristã em Murree, reduzindo os três edifícios a cinzas, e causando um prejuízo em torno de 1 bilhão de rúpias (US$ 1.195.314,32).

Murree, uma região montanhosa e um resort de verão para moradores de Islamabad, está localizada a 30 km de Islamabad.

Militantes não identificados incendiaram os três edifícios da escola Saint Denys ao arremessar produtos químicos inflamáveis dentro da escola. O fogo estava tão forte que reduziu um prédio de cinco e outro de três andares a cinzas em apenas uma hora e meia.

O prédio de três andares que foi destruído continha uma sala de estoque, os dormitórios infantis, salas de aula e um salão. O de cinco andares tinha lojas no primeiro andar, residências no segundo, área de funcionários e uma livraria no terceiro, dormitórios no quarto e almoxarifado no quinto andar.

O outro prédio que também sofreu muitos danos continha uma cozinha, salas de aula, refeitórios e escritórios. Os documentos da escola, que era amparada pela Igreja do Paquistão, foram destruídos no incêndio.

Os locais menos afetados foram a capela e uma sala de aula para o curso preparatório.

O fogo provocou pânico entre os 142 residentes que estavam presentes na escola na terça-feira. Foram as crianças que avisaram o diretor, Noreen Barkat, que o prédio estava em chamas.

“Não houve mortes em consequência ao incêndio, mas o fogo destruiu o prédio inteiro. Não restou nada da escola. Oro para que ela volte a funcionar depois da reconstrução.”

A escola possuía 200 alunos internos, 20 professores e 32 outros funcionários.

Falando sobre a tensão que a atual situação no país tem causado nos cristãos paquistaneses, Sohail Johnson, presidente do ministério Sharing Life Pakistan, disse que muitas instituições cristãs foram fechadas por causa do recente aumento na violência.

Ele pediu que os culpados sejam presos pelo incêndio da escola missionária e encorajou os cristãos em todo o mundo a orar pela segurança dos cristãos paquistaneses.

Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: ANS

Reunião de oração é invadida; pastor e família são agredidos

ÍNDIA (22º) - Em Fukagirota, a 30 km de Kondagaon, Chhattisgarh, no distrito de Bastar, extremistas hindus invadiram o culto de domingo, 1° de novembro, acusaram o pastor de realizar conversões forçadas, o agrediram e jogaram seu filho no chão, ferindo gravemente sua orelha.

Akhilesh Edgar, um correspondente, relatou que por volta das 11h, um grupo de 100 extremistas hindus invadiu o culto da Milan Prarthana Mandir, agrediu o pastor, sua esposa e mais dez membros.

A polícia chegou ao local por volta das 13h e levou o pastor para a delegacia. Ele foi enviando para o hospital de Kundagaon, onde recebeu tratamento. Seu estado é crítico e o de seu filho, Akush Raj está com problemas de audição em seu ouvido esquerdo.

Líderes cristãos locais irão registrar queixa na polícia contra os extremistas.

Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: ANS

Copta é pressionado na prisão para se converter ao Islã

EGITO (21º) - Um blogger copta em seu segundo ano de prisão sem acusações está sendo pressionado a se converter ao islamismo em troca de sua liberdade, de acordo com o advogado.

No dia 3 de outubro de 2008, Hani Nazeer, um estudante de 28 anos de Qena, Egito, e autor do blog “Karz El Hob”, foi preso pelo departamento de Investigações de Segurança do Estado (SSI) e enviado para a prisão de Buri Al-Arab. Apesar de a polícia nunca tê-lo acusado de algum crime, Nazeer está preso por mais de um ano, sob a lei de detenção administrativa.

Gamel Eid, diretor executivo da Rede de comunicações árabe para informações de direitos humanos (ANHRI), o grupo que representa Nazeer, disse que ele foi preso injustamente e agora está sendo coagido a abandonar sua fé.

“Hani se queixa sobre isso. Aconteceu, é verdade”, disse Eid. “No entanto, a polícia tem agido de maneira sutil. Eles encorajam outros internos a dizer para Nazeer que se ele se converter ao islamismo, a polícia o libertará da prisão.”

Nazeer está confinado em uma área da prisão designada para a “população em geral”, ou seja, ele está junto com criminosos violentos e não violentos. Nazeer disse para os advogados que ele é tratado crueldade. Apesar disso, Eid afirma que o jovem continua firme em sua fé.

Alguns dias antes de Nazeer ser preso, no dia 1° de outubro de 2008, um grupo de muçulmanos em Nag Hammadi viu o blog e clicou em um link para o texto chamado “O bode de Azazel em Meca”(veja referência em Levíticos 16.8-10), escrito sob o pseudônimo de “Pai Utah”. O livro de Utah é uma resposta à obra “Azazel”, de Yusuf Zidane, que é uma crítica ao cristianismo muito famosa no Egito.

Enquanto a crítica de Zidane ao cristianismo rendeu diversos prêmios ao autor em todo o mundo árabe, os locais protestaram contra o site de Utah.

Insultar a religião é considerado um crime no Egito, embora a lei seja aplicada somente quando o islamismo é criticado. A polícia não apresentou publicamente nenhuma prova que ligue Nazeer ao trabalho de Utah. Depois da prisão do jovem, os textos continuaram a ser postados no site de Utah. Não está claro se os adolescentes que visitaram o site e ficaram ofendidos eram da escola de Nazeer.

Eid afirmou que o principal motivo de as autoridades ficarem aborrecidas foi porque Nazeer criticou o aumento da islamização da sociedade egípcia.

Tradução: Missão Portas Abertas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como estão Dmitry e Marina Shestakov

UZBEQUISTÃO (10º) - O pastor Dmitry Shestakov, da igreja evangélica Evangelho Pleno, completou dois anos e nove meses no campo de trabalhos em Navoi (leia mais). Ele foi condenado a quatro anos de prisão em 9 de março de 2007.

Dmitry está muito bem. Diversas pessoas se perguntam por que ele está preso. Embora o pastor tenha o respeito de muitos, ele não pode orar abertamente nem ler a Bíblia. Só de vez em quando Dmitry encontra uma oportunidade de orar em voz alta. Esses momentos são muito preciosos para ele.

O pastor poderia ter sido libertado se tivesse assinado uma declaração de culpa, mas ele se recusou.

A comunidade internacional pediu a libertação antecipada de Dmitry, mas o pedido foi rejeitado, e o pastor ainda tem mais um ano de detenção pela frente. Ele, entretanto, está ciente de todas as atividades feitas em favor dele.

A família agradece todo tipo de apoio que recebeu dos cristãos em todo o mundo.

Dmitry tem alguns problemas de saúde por conta da pressão alta. Recentemente ele foi designado para fazer um trabalho mais leve.

O principal pedido de oração dele e de sua esposa, Marina, é pela saúde física e espiritual de Dmitry.

Marina e suas filhas, Masha, Sasha e Vera, continuam a visitar Dmitry quando têm permissão – a cada seis meses elas podem fazer uma visita longa e quatro curtas.

Marina tem recebido cartas de todo o mundo, o que a anima bastante. Ela fica feliz em recebê-las, embora muitas já cheguem abertas, vistoriadas pela polícia. Suas filhas também ficam felizes em receber cartões especiais para elas, pois eles os asseguram de que não são esquecidas.

As meninas estão na escola. Sempre que possível, elas acompanham sua mãe nas visitas da prisão. Marina diz: “O pai delas não é criminoso, não é um assassino ou ladrão. Não há do que se envergonhar. Não há anda melhor para as garotas do que ver o pai delas sempre que possível”.

Infelizmente não há fotografias novas de Dmitry, pois é proibido entrar na prisão com câmeras fotográficas ou celulares.

Tradução: Missão Portas Abertas

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nos últimos meses, autoridades confiscaram mais de 15.000 Bíblias


MALÁSIA (*) - Nos últimos meses, as autoridades malásias confiscaram mais de 15.000 Bíblias que fazem referência a Deus como “Alá”.

De acordo com o pastor Hermen Shastri, secretário geral do Conselho de Igrejas da Malásia, cerca de 10.000 Bíblias foram confiscadas pelas autoridades da Indonésia no dia 11 de setembro. As outras 5.100 Bíblias, também da Indonésia, foram confiscadas em março, segundo um anúncio oficial da Sociedade Bíblica da Malásia.

Na Malásia, as publicações cristãs não podem usar a palavra “Alá” para fazer referência a Deus. O governo sustenta que ela deve ser usada exclusivamente pelo islamismo, mas os cristãos argumentam que Alá não pertence somente ao islamismo porque é uma palavra árabe que já existia antes da religião.

As Bíblias que foram confiscadas estavam no idioma malaio, língua oficial do país, em que a palavra para Deus é “Alá”.

“O idioma malaio vem do árabe, assim com o Sânscrito e o português. Nós afirmamos que a comunidade tem o direito de utilizar essa palavra”, declara Shastri.

“Creio que essa questão provocou discórdia na comunidade muçulmana, que a interpreta como um cerco às crenças islâmicas.”

O governo afirmou que o uso da palavra “Alá” em publicações cristãs pode confundir os muçulmanos e fazer com que as ideias cristãs sejam mais interessantes para eles.

Cerca de 60% da população da Malásia é muçulmana, e 9%, cristã. Os budistas formam 19% e os hindus, 6% da população.

As Bíblias confiscadas são o acontecimento mais recente em uma longa batalha entre a comunidade cristã e o governo por causa do uso da palavra “Alá”. O jornal católico “The Herald”, está enfrentando um processo judicial há dois anos, depois que o governo ameaçou anular a licença do jornal por ter usado a palavra Alá em sua edição malaia.

No entanto, Shastri diz: “Para a maior parte dos cristãos, essa não é uma questão para ir contra as autoridades. Eles já usam a palavra Alá há muitos anos”.

Tradução: Missão Portas Abertas

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Outros três membros da Igreja do Evangelho Pleno são presos

ERITREIA (9º) - As forças de segurança pública prenderam mais três cristãos da Igreja do Evangelho Pleno em Asmara, na sexta-feira, dia 23 de outubro. Essas prisões elevam o número de pessoas levadas sob custódia desde o dia 12 de outubro na casa do pastor Tewelde Hailom para 13. Esse líder idoso, que já tem uma saúde debilitada, permanece sob prisão domiciliar.

Os que foram presos na sexta-feira foram Amanuiel Asrese, Musie Rezene e Yosief Admekome. Amanuiel, 59 anos, trabalha como gerente de finanças do Sistema de Água Eritreu. Ele é casado e tem seis filhos já adultos. Musie, cuja idade é desconhecida, é casado e tem dois filhos. Yosief, cuja idade é também desconhecida, aparentemente trabalha para a UNICEF Eritreia. Nossas fontes ainda não conseguiram descobrir onde eles estão sendo mantidos.

Georgette Gagnon, diretor africano da ONG Human Rights Watch, preocupado com a situação da Eritreia, declarou: “O governo eritreu está transformando o país em uma grande prisão”. Mais de 2.800 cristãos estão abandonados nas terríveis prisões da Eritreia, somente porque adoraram a Deus fora da das denominações Ortodoxa, Luterana e Católica. Eles sofrem com as condições horríveis: tortura, trabalho duro e forçado, alimentação insuficiente, falta de higiene e assistência médica. Muitos desses prisioneiros estão em campos de concentração militares, que, segundo o governo, foram construídos com o propósito específico de punir dissidentes cristãos. A Portas Abertas teve a confirmação da morte de 10 cristãos nas prisões eritreias.

domingo, 1 de novembro de 2009

NOS 492 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI.

Nós, os batistas, como denominação, não viemos de Lutero. Somos produtos do que se chama de “A reforma radical” ou “Reforma da reforma”, movimento que eclodiu em meio a chamada “Reforma clássica” ou “matricial” e cujos principais representantes foram os anabatistas dos quais, na Holanda, em 1608,recebemos uma grande influência para começarmos nossa história como denominação moderna. Porque na Holanda daquela época os anabatistas estavam sendo chamados de “menonitas”, dizemos que nós, os batistas e os menonitas somos os continuadores dos anabatistas, mais os menonitas do que nós, os batistas.

Somos contados entre os protestantes e/ou cristãos evangélicos históricos porque em nossa origem como denominação nos dias da Reforma, endossamos as premissas básicas da Reforma matricial ensinadas por Lutero- SOMENTE A GRAÇA,SOMENTE A FÉ E SOMENTE AS ESCRITURAS, na certeza de que as mesmas não foram inventadas por Lutero. Elas são bíblicas. A Reforma restaurou essas verdades.

Então, enquanto aumentam as adesões ao diabólico “Halloween”, os cristãos evangélicos históricos, no dia de ontem, celebraram os 492 anos da Reforma e, nesse domingo, estamos lembrando isso, inclusive com o tema do culto de ação de Graças do nosso “Servindo no silêncio”.

Transcrevo abaixo o artigo do repórter Orlando Eller, capixaba e luterano que, numa linguagem moderna nos mostra que uma das principais causas da REFORMA, o comércio em nome de Cristo, infelizmente, CONTINUA. Com outros nomes e de outras formas não menos desavergonhadas, MAS CONTINUA.

************************************************************************************

TETZEL NÃO MORREU

A propósito dos 492 anos da reforma protestante, levada a efeito em 31 de outubro de 1517, na Alemanha, vale curtir uma reflexão acerca daquele evento à luz do que ocorre com as igrejas cristãs nos dias de hoje. O que Lutero enfrentou, mesmo considerando a dureza do papa Leão X e seu domínio em relação aos reinos políticos, foi “pinto” em vista do que se transformou o Cristianismo nos dias de hoje, em razão de multiformes e multicoloridos interesses humanos.

A era das trevas estava em agonia, um momento único na história humana, que expunha em extraordinário amontoado de problemas, mais políticos do que religiosos, todos concorrendo para a iminente ruptura da cômoda integridade católico-romana, que havia anos estava dividida pelo grande cisma que deu origem à Igreja Grego-Ortodoxa. Como fruta madura, o castelo humano caiu diante da busca da consistência ética, baseada na verdade bíblica.

Bastou um problema financeiro, decorrido em razão das obras da gigantesca Basílica de São Pedro, em Roma, para que a humanidade presente no comportamento do papa Leão X mostrasse a cara de modo naturalmente nocivo, como é comum hoje se ver em milhares de pequenas ou grandes igrejas cujo show ocorre franco e proporcional ao sucesso das miraculosas coletas.

Sem enxergar qualquer problema religioso, político ou ético, o papa instituiu e pôs à venda as Indulgências, títulos eclesiais reversíveis em perdão, de inegável excelente imagem graças à sua origem, úteis aos que quisessem quitar seus "pinduras" com o Eterno. E ele as distribuiu ao mercado europeu, não sem antes autorizar bons comerciantes, aptos, audazes e sem pudor para isso. Coube ao monge Johann Tetzel espalhar suas bancas pela Alemanha,

como num jogo-do-bicho, o nosso tão conhecido ilícito.Apregoava ele, em alto e bom som, que o benefício da compra seria instantâneo. Tão logo tilintassem as moedas no fundo da bolsa, as sofridas almas deixariam o Purgatório, lugar imaginário a meio caminho entre o céu e o inferno, parada obrigatória para alguns, destinada a tomar água para recuperar o fôlego.

Tudo ia de vento em popa, conforme planejado, até que Martinho Lutero, monge formado em Teologia, Direito e Filosofia, e professor da Universidade de Wittenberg (Alemanha), resolveu “chutar o balde” e “botar areia” nos negócios do papa. Lutero redigiu 95 teses, cujo conteúdo condenava o comportamento de sua Igreja e resgatava a verdadeira ética cristã, que se baseia unicamente na graça em Cristo e na fé, porque o "justo viverá por fé".

Estava aceso o estopim. E não tardou muito para que a revolução protestante explodisse, fazendo-se rapidamente presente em vários recantos da Europa. A partir dela, surgiram: a Igreja Evangélica Luterana, hoje, representada por duzentos ramos distintos; as demais denominações protestantes históricas (Batista, Anglicana, Metodista, Presbiteriana) e, depois, as centenas de derivadas, pentecostais ou neopentecostais, seitas ou não. Tudo isso num turbilhão confuso de dogmas, de fé e de ritos em que até Jesus Cristo, que deveria ser a razão e o centro de tudo,em muitos casos, fica perdido nas entrelinhas de quem mais acha do que sabe.

A liberdade religiosa que se seguiu àquele movimento, estimulada pelo poder temporal que se desvencilhava das influências de Roma, deu origem a uma descontrolada sucessão de minireformas, todas baseadas em interpretações teológicas nem sempre objetivas e que pariram o atual mosaico evangélico, um gigantesco quebra-cabeças ou um labirinto sem porta.

Impressões à parte, uma coisa é lamentável: o monge Tetzel, que comercializava títulos reversíveis em perdão na Alemanha, está mais vivo do que nunca. Quer vê-lo? Quer ouvi-lo? Não precisa visitar as Igrejas que estão por aí, praticamente uma em cada esquina. Basta que visite os diversos programas evangélicos, presentes na televisão. Neles, você encontrará, propalada na maior cara-de-pau, a Teologia da Facilidade, segundo a qual basta um breve banho de sabonete de arruda para que sua alma ache conforto. Ou, então, teste a eficiência de um lenço ungido, de uma foto abençoada, de um copo de água junto da oração ou a expulsão intempestiva da dor em extraordinário descarrego de espíritos, que tem levado milhares a pagarem caro e, quase sempre, a serem contemplados em seu gesto com um recibo assinado pelo próprio Jesus Cristo. Não foi sem razão que alguém já tenha fundado por aí uma igreja que promove o “desencapetamento". A preços módicos, claro, que é para ingênuo nenhum botar defeito.

************************************************************************************

Pr. valdemir Alves da Silva
01 de Novembro de 2009

Jesus Cristo te ama!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...