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domingo, 1 de novembro de 2009

NOS 492 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI.

Nós, os batistas, como denominação, não viemos de Lutero. Somos produtos do que se chama de “A reforma radical” ou “Reforma da reforma”, movimento que eclodiu em meio a chamada “Reforma clássica” ou “matricial” e cujos principais representantes foram os anabatistas dos quais, na Holanda, em 1608,recebemos uma grande influência para começarmos nossa história como denominação moderna. Porque na Holanda daquela época os anabatistas estavam sendo chamados de “menonitas”, dizemos que nós, os batistas e os menonitas somos os continuadores dos anabatistas, mais os menonitas do que nós, os batistas.

Somos contados entre os protestantes e/ou cristãos evangélicos históricos porque em nossa origem como denominação nos dias da Reforma, endossamos as premissas básicas da Reforma matricial ensinadas por Lutero- SOMENTE A GRAÇA,SOMENTE A FÉ E SOMENTE AS ESCRITURAS, na certeza de que as mesmas não foram inventadas por Lutero. Elas são bíblicas. A Reforma restaurou essas verdades.

Então, enquanto aumentam as adesões ao diabólico “Halloween”, os cristãos evangélicos históricos, no dia de ontem, celebraram os 492 anos da Reforma e, nesse domingo, estamos lembrando isso, inclusive com o tema do culto de ação de Graças do nosso “Servindo no silêncio”.

Transcrevo abaixo o artigo do repórter Orlando Eller, capixaba e luterano que, numa linguagem moderna nos mostra que uma das principais causas da REFORMA, o comércio em nome de Cristo, infelizmente, CONTINUA. Com outros nomes e de outras formas não menos desavergonhadas, MAS CONTINUA.

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TETZEL NÃO MORREU

A propósito dos 492 anos da reforma protestante, levada a efeito em 31 de outubro de 1517, na Alemanha, vale curtir uma reflexão acerca daquele evento à luz do que ocorre com as igrejas cristãs nos dias de hoje. O que Lutero enfrentou, mesmo considerando a dureza do papa Leão X e seu domínio em relação aos reinos políticos, foi “pinto” em vista do que se transformou o Cristianismo nos dias de hoje, em razão de multiformes e multicoloridos interesses humanos.

A era das trevas estava em agonia, um momento único na história humana, que expunha em extraordinário amontoado de problemas, mais políticos do que religiosos, todos concorrendo para a iminente ruptura da cômoda integridade católico-romana, que havia anos estava dividida pelo grande cisma que deu origem à Igreja Grego-Ortodoxa. Como fruta madura, o castelo humano caiu diante da busca da consistência ética, baseada na verdade bíblica.

Bastou um problema financeiro, decorrido em razão das obras da gigantesca Basílica de São Pedro, em Roma, para que a humanidade presente no comportamento do papa Leão X mostrasse a cara de modo naturalmente nocivo, como é comum hoje se ver em milhares de pequenas ou grandes igrejas cujo show ocorre franco e proporcional ao sucesso das miraculosas coletas.

Sem enxergar qualquer problema religioso, político ou ético, o papa instituiu e pôs à venda as Indulgências, títulos eclesiais reversíveis em perdão, de inegável excelente imagem graças à sua origem, úteis aos que quisessem quitar seus "pinduras" com o Eterno. E ele as distribuiu ao mercado europeu, não sem antes autorizar bons comerciantes, aptos, audazes e sem pudor para isso. Coube ao monge Johann Tetzel espalhar suas bancas pela Alemanha,

como num jogo-do-bicho, o nosso tão conhecido ilícito.Apregoava ele, em alto e bom som, que o benefício da compra seria instantâneo. Tão logo tilintassem as moedas no fundo da bolsa, as sofridas almas deixariam o Purgatório, lugar imaginário a meio caminho entre o céu e o inferno, parada obrigatória para alguns, destinada a tomar água para recuperar o fôlego.

Tudo ia de vento em popa, conforme planejado, até que Martinho Lutero, monge formado em Teologia, Direito e Filosofia, e professor da Universidade de Wittenberg (Alemanha), resolveu “chutar o balde” e “botar areia” nos negócios do papa. Lutero redigiu 95 teses, cujo conteúdo condenava o comportamento de sua Igreja e resgatava a verdadeira ética cristã, que se baseia unicamente na graça em Cristo e na fé, porque o "justo viverá por fé".

Estava aceso o estopim. E não tardou muito para que a revolução protestante explodisse, fazendo-se rapidamente presente em vários recantos da Europa. A partir dela, surgiram: a Igreja Evangélica Luterana, hoje, representada por duzentos ramos distintos; as demais denominações protestantes históricas (Batista, Anglicana, Metodista, Presbiteriana) e, depois, as centenas de derivadas, pentecostais ou neopentecostais, seitas ou não. Tudo isso num turbilhão confuso de dogmas, de fé e de ritos em que até Jesus Cristo, que deveria ser a razão e o centro de tudo,em muitos casos, fica perdido nas entrelinhas de quem mais acha do que sabe.

A liberdade religiosa que se seguiu àquele movimento, estimulada pelo poder temporal que se desvencilhava das influências de Roma, deu origem a uma descontrolada sucessão de minireformas, todas baseadas em interpretações teológicas nem sempre objetivas e que pariram o atual mosaico evangélico, um gigantesco quebra-cabeças ou um labirinto sem porta.

Impressões à parte, uma coisa é lamentável: o monge Tetzel, que comercializava títulos reversíveis em perdão na Alemanha, está mais vivo do que nunca. Quer vê-lo? Quer ouvi-lo? Não precisa visitar as Igrejas que estão por aí, praticamente uma em cada esquina. Basta que visite os diversos programas evangélicos, presentes na televisão. Neles, você encontrará, propalada na maior cara-de-pau, a Teologia da Facilidade, segundo a qual basta um breve banho de sabonete de arruda para que sua alma ache conforto. Ou, então, teste a eficiência de um lenço ungido, de uma foto abençoada, de um copo de água junto da oração ou a expulsão intempestiva da dor em extraordinário descarrego de espíritos, que tem levado milhares a pagarem caro e, quase sempre, a serem contemplados em seu gesto com um recibo assinado pelo próprio Jesus Cristo. Não foi sem razão que alguém já tenha fundado por aí uma igreja que promove o “desencapetamento". A preços módicos, claro, que é para ingênuo nenhum botar defeito.

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Pr. valdemir Alves da Silva
01 de Novembro de 2009

Jesus Cristo te ama!

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