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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Enfermeira é suspensa por organizar confraternização de Natal


ÍNDIA (22º) - Uma enfermeira cristã no distrito de Mandya, em Karnataka, está enfrentando uma suspensão por organizar uma confraternização de Natal em seu local de trabalho.



Sophia Parimala Rani trabalha no Hospital Público de Pandapura há 10 anos. Como sempre fez, Sophia organizou uma confraternização de Natal para os funcionários e pacientes na sexta-feira, 25 de dezembro.

Sob a supervisão do evangelista Babu, o programa de Natal foi abruptamente interrompido por volta das 15h, quando um grupo de radicais hindus invadiu o hospital e começou a gritar ofensas e falsas acusações.

O grupo também agrediu o evangelista.

O Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC) afirmou que a diretoria do hospital acionou a delegacia de Pandapura, onde as duas partes de reconciliaram. No entanto, eles conseguiram “à força”, um pedido de desculpas da enfermeira por escrito.

Depois do acordo, os radicais se queixaram para o doutor Jairam, diretor do departamento, pedindo que ele tomasse alguma atitude contra a enfermeira.

“Sabe-se que o hospital preparou uma carta de suspensão para Sophia, que será entregue em breve.”






Tradução: Missão Portas Abertas 



Fonte: Christian Today

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Missionário não consegue alugar casa por ser cristão

ÁSIA - Sanjat Pilka, um missionário da organização Gospel for Asia, não tem onde morar porque é cristão.

Sanjat, sua esposa e dois filhos, servem ao Senhor em um lugar onde a maioria das pessoas segue o siquismo. Eles moram na região há seis anos, mas as pessoas que se opõem ao seu trabalho estão aumentando a pressão.

A estratégia mais recente envolve negar ao missionário um local para que ele possa morar na comunidade. Ninguém quer alugar uma casa para ele. Essa é uma tática de intimidação geralmente usada para pressionar os missionários.

Sanjat e sua família estão morando no terreno da igreja. O templo, que é muito pequeno, não tem muros cercando o terreno, que é a maneira mais comum de garantir a segurança no vilarejo. Além disso, o templo da igreja não tem cozinha, o que torna muito difícil criar uma família.

Sanjat Pilka pede oração para que os corações sejam quebrantados e para que ele e sua família possam encontrar uma casa para alugar. Ele também pede oração para aqueles que se opõem ao seu ministério recebam o amor de Cristo.

Tradução: Missão Portas Abertas

Fonte: ANS




Cristãos são atacados na manhã de Natal

IRAQUE (16º) - Um grupo de muçulmanos xiitas atacou uma cidade cristã assíria, no norte do Iraque, na manhã de Natal.

Os agressores, um grupo minoritário chamado Shabak, tomou a entrada da cidade de Bartilla, de maioria cristã, ao norte de Mosul, e destruiu a decoração de Natal no mercado assírio.

Testemunhas afirmam que os integrantes do grupo também agrediram as pessoas que seguiam em procissão para a igreja de Saint Mary, jogando pedras nos cristãos.

Cerca de 100 shabaks armados tentaram invadir a igreja Saint Mary, mas os guardas bloquearam a entrada, o que gerou um conflito e troca de tiros que deixou quatro cristãos feridos.

Os assírios de Bartilla, que estão desarmados, temem mais ataques contra a comunidade no futuro.

Os cristãos em Bartilla disseram não ter provocado o ataque e contam que já trabalharam com os shabaks para lutar pelos direitos das minorias étnicas no Iraque.

Os agressores dos shabaks são moradores de Bartilla e eram liderados por Hassan Ganjou, que fazia parte do Mahdi Army (JAM) e do Supremo Tribunal Islâmico do Iraque, e agora trabalha como segurança para um membro do parlamento shabak.

O ataque em Bartilla aconteceu após um bombardeio em Saint Thomas na semana passada, que deixou dois mortos e cinco feridos.

Desde 2003, mais de 200 cristãos foram mortos no Iraque e, desde junho de 2004, cerca de 65 igrejas foram atacadas ou bombardeadas, incluindo 40 e Bagdá, 19 em Mosul, cinco em Kirkuk, e um em Ramadi.

Grupos de direitos humanos como o Instituto Huhdson para a liberdade religiosa criticaram o governo iraquiano por não proteger a minoria cristã no país.

Estima-se que, desde 2003, de 250.000 a 500.000 cristãos deixaram o país.

Tradução: Missão Portas Abertas

Fonte: Christian Today

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cresce o número de cristãos na China



CHINA (12º) - Todas as quintas-feiras, às 9 horas, a chinesa Cao Guan Lan recebe em seu apartamento em Pequim cerca de 60 pessoas munidas de Bíblias. Nas duas horas seguintes, elas escutam a pregação de um pastor ou outro fiel, cantam juntas e rezam orações pontuadas com fervorosas exclamações de "amém!". O grupo integra uma das milhares de "igrejas familiares" que surgiram na China nas últimas duas décadas e transformaram o protestantismo na religião de mais rápido crescimento no país governado pelo ateu Partido Comunista.


Só no bairro no noroeste de Pequim, onde Cao vive, há cerca de 50 igrejas familiares que contam com a chancela do governo para funcionar. Há um incontável número de "não-oficiais", cujos fiéis estão sujeitos à perseguição do Estado, que se intensificou nos últimos meses.

O caráter clandestino de muitos grupos torna difícil estimar o número de cristãos na China, mas entidades independentes apontam para uma cifra bem superior aos 10 milhões de protestantes e 4 milhões de católicos reconhecidos pelo governo. Segundo números oficiais, apenas 100 milhões do 1,3 bilhão de chineses professam alguma fé.

Pesquisa realizada em 2007 pela East China Normal University indicou que 31,4% da população têm religião - o que representa 400 milhões de pessoas. O protestantismo é seguido por 40 milhões e o catolicismo, 14 milhões, afirma o levantamento - o que dá um total de 54 milhões de cristãos. A entidade World Christian Database sustenta que o número é de 111 milhões, o que colocaria a nação comunista entre os países de maiores populações cristãs do mundo. O Brasil ocupa o segundo lugar, após os Estados Unidos, com 140 milhões. Se a cifra for precisa, significa que há mais cristãos na China do que membros do Partido Comunista, que tem 76 milhões de filiados.

O protestantismo é a vertente do cristianismo que mais floresce na China por causa de seu caráter não-hierárquico e popular - qualquer um pode pregar o Evangelho e vários chineses abraçaram essa possibilidade com fervor. A grande maioria dos protestantes não é vinculada a nenhuma das denominações tradicionais, como Batista ou Presbiteriana, e se integra a pequenos grupos que surgem de modo independente.

Outro símbolo do rápido crescimento do protestantismo na China é a Igreja cristã de Haidian, o bairro universitário de Pequim. Todos os domingos, de 6 mil a 7 mil pessoas comparecem aos seis cultos realizados no local. Há oito anos, o número de fiéis não passava de 800 e havia apenas dois serviços, lembra o pastor Wu Weiqing, responsável pela congregação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Agência Estado.





domingo, 27 de dezembro de 2009

Conflito no Suriname levou a pelo menos 7 mortes, diz missionário

Padre José Vergílio esteve em Albina neste sábado (26).
Brasileiros foram vítimas de espancamento e estupro, segundo relatos.

Leia mais: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1427214-5602,00-CONFLITO+NO+SURINAME+LEVOU+A+PELO+MENOS+MORTES+DIZ+MISSIONARIO.html

sábado, 26 de dezembro de 2009

Professora cristã é demitida por falar sobre Deus com aluna

INGLATERRA (*) - Uma professora cristã britânica foi demitida de seu emprego após falar sobre sua fé com uma mãe e sua filha doente, se oferecendo para orar por elas.

De acordo com o Centro Legal Cristão (CLC) do Reino Unido, Olive Jones, 54 anos, mãe de dois filhos, ensinava matemática para as crianças que não poderiam ir para a escola por causa de doenças. Ela conversou com uma aluna sobre o crer em milagres e perguntou se poderia orar por ela.

Olive, que tem mais de 20 anos de experiência no ensino, disse que a menina estava muito mal para ter aulas de matemática, então a professora decidiu conversar com ela. No entanto, quando a mãe da menina disse que elas não criam em Deus, a enfermeira não continuou.

O Centro Legal Cristão disse que, durante uma dessas visitas, a menina permaneceu na sala de Olive, pois não se sentia bem para ter aulas. Então, Olive conversou com a mãe, dizendo que acreditava que Deus tinha salvado sua vida.

Olive contou que, quando era adolescente, ela estava dirigindo um trator na fazenda da família, no país de Gales quando ele escorregou em um declive, mas parou antes de tombar. Ela disse: “Eu fechei meus olhos e pensei que iria morrer. Então, ouvi o som de vento, como o descrito na Bíblia, e depois, calmaria total”.

“Estava convencida de que era um milagre. Contei tudo para minha mãe, para encorajá-la a acreditar que há um Deus que responde as orações. Creio que possuo um relacionamento pessoal com Deus, que é uma constante fonte de força.

Sem o conhecimento da professora, a mãe da aluna registrou uma queixa.

Quando a professora foi dar aula para a menina, ela contou novamente a história do trator e falou sobre sua fé em Deus. Tudo parecia correr normalmente, mas algumas horas após o término da aula, Olive tomou conhecimento de um pedido da Secretaria da Educação para que ela fosse até o escritório. O diretor afirmou que falar sobre religião com uma criança poderia ser considerado bullying. Assim, ela foi demitida.

Olive, que frequenta a Igreja da Inglaterra, disse que estava “arrasada” com a decisão.

“Estou surpresa como um país com uma tradição cristã tão forte se tornou um lugar onde é difícil falar sobre sua fé.”

“É como se minha liberdade de expressão tivesse sido restringida. Sinto como se estivesse sendo perseguida por falar sobre minha religião em um país que supostamente deveria ser cristão.”


Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: ANS

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Apenas 2% são cristãos em cidade onde nasceu Jesus

O número de cristãos em Belém, cidade considerada o local onde Jesus nasceu, está diminuindo. Há cem anos, cerca de 40% da população da cidade era cristã, agora são 2%.

E, de acordo com algumas previsões, os últimos cristãos deverão deixar a cidade antes de 2025.

"Creio que em alguns dos vilarejos o número de cristãos é zero", disse à BBC Simon Azazian, integrante da Sociedade Bíblica Palestina. "Em Birzavit, por exemplo, 100% eram cristãos, depois (a porcentagem) caiu para 60%, agora são 40% e esse número continua baixando." Alguns cristãos dizem que esse êxodo se deve ao fundamentalismo islâmico.

"Eles introduzem em nossa cultura e nossa sociedade uma visão da religião que não tem nada a ver com o nosso contexto e nem com a nossa história", disse à BBC o sacerdote luterano Mitri Raheb.

"Isto não é apenas uma ameaça para a comunidade cristã palestina, mas também para toda a sociedade palestina, já que tentam nos mandar de volta para a Idade Média", acrescentou.

Outros cristãos ressaltam que a decisão de ficar em Belém ou ir embora depende de vários fatores.

"Depende da situação política, que afeta a situação econômica", afirmou George Sa'ada, da Igreja Ortodoxa Grega.

"Antes, estimulávamos os jovens a ficar e trabalhar aqui, mas agora, lamentavelmente, não podemos obrigá-los a ficar porque querem ganhar a vida. Se não tem oportunidade aqui, claro que vão emigrar e procurar uma vida melhor fora", explicou.

Alguns temem que, dentro de 15 anos, os únicos cristãos de Belém serão os milhares de peregrinos que chegam durante o período de Natal.

Fonte: UOL

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ataques a igrejas podem ser ameaças para a celebração do Natal

IRAQUE (16º) - Duas bombas explodiram essa manhã em Mosul, na igreja de Saint George e de Saint Thomas. Até agora, sabe-se de três vítimas fatais – um cristão e dois muçulmanos – e muitos feridos. Louis Sako, arcebispo de Kirkuk, falou sobre “uma mensagem perturbadora” devido às comemorações, mantendo a tensão e o medo de futuros ataques no norte do Iraque.

Fontes em Mosul confirmam que a “situação dos cristãos continua a piorar, já que as construções e obras realizadas pelos cristãos têm sido alvo dos ataques de terroristas. As duas igrejas atingidas eram construções históricas, de grande valor cultural.”

Louis Sako acredita que esses ataques são outra mensagem por causa das celebrações de Natal. Essas ameaças “continuam a influenciar a comunidade cristã”, que espera pela “paz” mas é vítima de violência. “A mensagem de paz e esperança anunciada pelos anjos, continuam sendo nosso desejo para o Natal em todo o país”.

Tradução: Missão Portas Abertas


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Policiais invadem culto de preparação para o Natal

IRÃ (3º) - A organização International Christian Concern (ICC) soube que, no dia 17 de dezembro, a polícia especial e oficiais à paisana invadiram um culto e prenderam dois líderes de igrejas em Karaj, Irã.

De acordo com a rede de notícias cristãs Farsi (FCNN em inglês), as forças de segurança iranianas e policiais à paisana invadiram uma reunião de mais de 70 recém-convertidos, interrompendo as celebrações de preparação para o Natal. Os líderes do grupo, Kambiz Saghaee e Ali Keshvar-Doost foram presos e ainda estão detidos em um local desconhecido. A família não recebeu nenhuma informação sobre os líderes, e estão muito preocupados com eles.

Todos os presentes na reunião foram fotografados. Eles foram alertados de que serão realizados interrogatórios formais. Além disso, Bíblias, livros cristãos e outros materiais foram confiscados pelos policiais.

No momento do ataque, os cristãos estavam reunidos em preparação para o Natal. Fontes do ICC indicam que essa invasão foi apenas uma entre as muitas que aconteceram antes das festas. “Essa ação das forças de segurança da República Islâmica do Irã demonstra claramente que os cristãos de língua farsi são privados do seu direito de celebrar o Natal e dar boas-vindas ao Ano Novo”.

Tradução: Missão Portas Abertas



terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Celebração de Natal sem precedentes é realizada no país

VIETNÃ (21º) - Cristãos informaram que cerca de 40.000 pessoas se reuniram na cidade de Ho Chi Minh para adorar a Deus, celebrar o Natal e ouvir o evangelho – um evento sem precedentes no Vietnã.

Um site vietnamita cristão e outras matérias publicadas indicam que 8.000 pessoas responderam à mensagem do evangelho, rendendo suas vidas a Jesus.

Nos últimos dois anos, as autoridades deram permissão para que igrejas não registradas em Ho Chi Minh realizassem cultos públicos, e ano passado mais de 10.000 pessoas participaram de um evento no estádio Tao Dan.

Este ano, líderes de igreja visionários entraram em contato com o governo em outubro e pediram por um ginásio de esportes com 30.000 lugares, mas o pedido foi recusado. As autoridades ofereceram outro local, para 3.000 pessoas, localizado a 13 km da cidade. Isso foi inaceitável para os organizadores. Eles pressionaram os governantes, que lhes deram uma garantia verbal de que poderiam utilizar um ginásio para 15.000 pessoas.

A promessa não se tornou em um documento oficial que é necessário no país – os líderes das igrejas dizem que tais promessas são vazias até “que tenhamos a permissão em nossas mãos”.

Liderados pelo pastor Ho Tan Khoa, diretor de uma organização de igrejas não registradas, os organizadores foram forçados a procurar alternativas. Eles encontraram um lugar aberto no distrito de Go Vap. Quando ainda não havia permissão nenhuma, faltando cinco dias para o evento, muitos pastores acamparam três dias em frente à prefeitura, esperando uma resposta.

As autoridades, que normalmente sabotam a união entre os cristãos do país, tentaram encontrar meios para que o evento fosse cancelado, prometendo que futuramente dariam a permissão necessária, mas os organizadores permaneceram firmes.

No dia 9 de dezembro, ao encerrar o expediente, 48 horas antes do evento, os oficiais concederam a permissão necessária. No entanto, ela valeria apenas para 3.000 pessoas, e eles haviam convidado um número muito maior.

Os organizadores tinham menos de dois dias para transformar um campo aberto em algo que poderia acomodar uma multidão. Eles tiveram que levar energia elétrica, construir um palco, alugar 20.000 cadeiras e arrumar o som e a luz. Isso fez com que os contratados dobrassem o valor dos serviços. Os pastores alugaram diversos ônibus para levar os cristãos e seus amigos não cristãos para participar das celebrações. A polícia tentou parar os ônibus, mas não conseguiram impedir os muitos cristãos que compareceram ao evento.

Os cristãos descreveram o evento chamado “Com todo o nosso coração”, de forma incomparável. Para as igrejas não registradas, grandes reuniões são raras e especiais e, para muitos, essa foi a primeira demonstração da força do movimento cristão no Vietnã, sempre crescendo. Milhares de cristãos se uniram a um coral de mais de mil vozes em louvor e adoração.

Tradução: Missão Portas Abertas

Fonte: Compass Direct


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Uma nova "aliança" evangélica?



No dia 14 de dezembro, cerca de 90 líderes de diversos movimentos, associações, organizações e redes evangélicas reuniram-se na Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo, SP. Na pauta estava a proposta de formação de uma aliança que agregue organizações, movimentos, denominações e redes evangélicas no Brasil.

Na reunião que durou cerca de cinco horas os presentes refletiram coletivamente acerca da proposta da "Carta de Princípios da Aliança" feita pelo grupo de trabalho que tem se encontrado há cerca de seis meses. O consenso é que foi dado mais um passo rumo à formação da aliança. “O grupo era grande e heterogênio. Isso trouxe à tona muitas ideias, inclusive excludentes. Mas na diversidade havia o forte desejo que nos fizéssemos representados, ecoando em unidade a nossa voz, não para mostrar poder, mas em serviço a Deus, à sociedade e à Igreja”, disse Silas Tostes, presidente da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) e integrante do Grupo de Trabalho. Para Débora Fahur, da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS), “conseguimos cumprir esta primeira etapa. O encontro cumpriu seu papel informativo, de compartilhamento e oração em conjunto”. Débora apresentou ao público o modelo de funcionamento em rede da RENAS.

O espírito da reunião poderia ser visto na carta-convite enviada por Valdir Steuernagel, representante da Visão Mundial Internacional e facilitador da reunião: “O propósito desta reunião é buscar a direção de Deus e o discernimento do Corpo de Cristo quanto ao estabelecimento de uma espécie de aliança em rede por parte de segmentos expressivos da caminhada evangélica brasileira. Olhamos para esta reunião com gratidão e temos recebido muita afirmação, mesmo daqueles que não puderam estar conosco hoje, mas estão imbuídos do compromisso de apoiar esta proposta”.

Os sentimentos de gratidão e alegria pela receptividade da proposta estavam transparentemente misturados aos sentimentos de temor e de incerteza. Alguns expressaram seu desconforto pela história antiga da última tentativa de se reunirem os evangélicos em Aliança e outros relembraram fatos recentes relacionados aos evangélicos que causam vergonha à causa do evangelho.

Serviço e representatividade
A reunião foi dividida em duas partes. O pastor batista Ed René Kivitz, anfitrião do grupo, fez uma pequena devocional. Ele relembrou o Sermão do Monte e reforçou que as figuras usadas por Jesus para falar de seu Reino são de fermento na massa, de subversão, e não de poder e de ocupar os espaços temporais. "Os evangélicos muitas vezes têm preferido o caminho da força, da presença, do glamour. [Por este motivo] tem sentimentos ambíguos com relação a uma possível aliança. Precisamos de numa rede que se articule para chamar a igreja para o serviço. E não para representatividade. Não é para trabalharmos “por nós”, mas sim mobilizarmos as igrejas para esta bem-aventurança [compaixão e solidariedade]. O sal que é sal, e a luz que é a luz atuam independentemente de lhe darem voz e vez.”

A segunda palavra foi do sociólogo Paul Freston, que inicialmente relembrou que o Brasil tem hoje a segunda maior comunidade de protestantes praticantes do mundo. Falou sobre os contextos que envolvem a busca pela unidade da igreja: “A igreja historicamente sempre esteve desunida. Ela só se uniu quando viveu debaixo de pressões políticas, como, por exemplo, no governo romano de Constantino [no quarto século d.C.]. No atual cenário mundial, o protestantismo tem desteologizado a organização eclesiástica, temos feito uma distinção entre teologia e organização eclesiástica. Isto gera um pluralismo institucional, uma fragmentação”. Para Freston, inevitavelmente os projetos de unidade serão chamados (pelos de fora da igreja) para exercerem a função de representatividade pública. “Funções públicas vão acontecer. As instâncias sociais querem saber o que os evangélicos estão fazendo e pensando. E não há interlocutor. Este vazio será certamente preenchido por alguém. Como fazer isto sem ingenuidade sociológica, mas sem perder o idealismo do evangelho” é o grande desafio do grupo que está pensando este projeto.

“A representatividade não é uma escolha; é uma consequência sociológica”, afirmou o bispo anglicano Dom Robinson Cavalcanti, quando houve a abertura para perguntas e comentários do público.

A primeira parte da reunião foi encerrada com um rico momento de oração dirigido por Durvalina Bezerra, diretora do Betel Brasileiro. Foram feitas orações em favor da unidade da Igreja, do testemunho dos evangélicos, da integridade das famílias e das lideranças, da Aliança a ser criada para que seja de fato um movimento catalisador para a unidade em Cristo, da igreja comprometida. Houve também um momento de gratidão pelas boas coisas que Deus tem feito por meio da e na igreja brasileira. De mãos dadas os presentes fizeram a oração do Pai Nosso.

Carta de Princípios
Na segunda parte, os participantes foram divididos em grupos de sete pessoas cada com o objetivo de discutir a “Carta de Princípios”, o arranjo institucional e o nome para a aliança. Antes da divisão, Silas Tostes leu e comentou trechos do documento. Ele esclareceu que esta é a quinta versão da proposta que vem agregando contribuições de diferentes segmentos. Segundo ele, a aliança também considera a possibilidade de aceitar pessoas físicas e igrejas locais para compô-la, mesmo que em diferentes categorias de membresia.

O primeiro parágrafo da proposta da Carta de Princípios diz que a aliança é uma “rede que visa ser expressão de unidade de cristãos evangélicos no Brasil e de ação, reflexão e posicionamento evangélico em questões éticas e de direitos humanos”. As discussões nos grupos pequenos giraram em torno da necessidade de deixar mais clara a identidade da aliança e de ampliar a sua plataforma de ação. “A aliança quer expressar a unidade, mas com qual objetivo?”, perguntou o relator de um dos grupos pequenos. “Além das questões éticas e de direitos humanos, podemos incluir questões teológicas”, disse outro grupo. “Antes de decidir sobre a estrutura, vale a pena termos um tempo maior para pensarmos o que exatamente queremos dizer para a sociedade”, afirmou o pastor presbiteriano Ricardo Agreste. Os grupos relataram em plenário as suas conclusões que foram devidamente registradas. Os presentes concordaram que o grupo de trabalho atuante continue com a mesma composição.

Considerando a rica discussão em torno da proposta, Valdir Steuernagel admitiu que ainda será preciso caminhar um pouco mais quanto à fundação da aliança. “Fica definido que a próxima reunião ainda não será a assembleia fundadora. Reconhecemos a necessidade de continuarmos conversando e de aglutinar mais pessoas em torno da proposta”, finalizou Valdir.

A lista de presentes à reunião (e por conseguinte, a dos ausentes) daria uma matéria à parte: ao lado de líderes nacionalmente reconhecidos, havia jovens e líderes de organizações e redes menores. A presença das mulheres era pequena: cerca de quinze, representando menos de 20% dos presentes. Pouquíssimos eram lideranças vindas ou representativas de ministérios fora do sudeste, ausência notada e lamentada em função de que se pretende fazer um esforço por agregar líderes das regiões Norte e Nordeste. Apenas uma pessoa estava ali representando uma denominação, o que é revelador dos contornos institucionais da aliança em formação.

A Editora Ultimato, que tem apoiado o Grupo de Trabalho, estava presente à reunião.


Klênia Fassoni e Lissânder Dias

Países mais populosos apresentam menor liberdade religiosa

INTERNACIONAL - Um novo relatório indicou que 1/3 dos países impõe restrições às práticas religiosas, tanto por causa da política do governo, quanto por atos hostis realizados por indivíduos ou grupos.

Isso impede a liberdade religiosa de 70% da população mundial, já que muitos dos países mais restritivos são muito populosos.

O estudo realizado pelo Pew Research Center demonstra que os cidadãos dos 25 países mais populosos, como Irã, Egito, Indonésia, Paquistão e Índia, sofrem graves restrições religiosas.

Os Estados Unidos, Inglaterra, Brasil, Japão, Itália e África do Sul são países com maior liberdade religiosa, menor interferência do governo e violência e agressões baseadas em questões religiosas.

Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: One News Now


Irmãos cristãos são envenenados por patrão muçulmano

PAQUISTÃO (13º) - Patrões muçulmanos de três faxineiros cristãos teriam os envenenado em um salão de festas no dia 15 de dezembro, matando dois deles. No momento dessa notícia, o terceiro estava lutando contra a morte sob cuidados especiais.

O pai dos três trabalhadores, Yousaf Masih, disse que o proprietário do salão de festas, juntamente com o administrador, envenenaram seus filhos porque eram cristãos que ousaram pedir pelo pagamento que lhes era devido.

Imran Masih, 29, e Irfan Masih, 25, morreram no Salão de Festas Ferozewala Pul após terem sido forçados a beber algo fortemente envenenado, disse Yousaf Masih. O terceiro trabalhador, Aakash Masih, de 23 anos, estava em condições críticas na UTI do Hospital Civil de Gujranwala, na província de Punjab.

“Na posição em que estavam, parece que foram forçados a consumir algum tipo de bebida envenenada, ou alguma droga, e foram deixados lá para morrer”, disse Yousaf Masih. “A administração do salão de festas não telefonou nem os levou para um hospital. Em vez disso, eles nos telefonaram após a morte de dois de nossos entes queridos.”

A delegacia de polícia Colônia dos Povos registrou um assassinato e um caso de fraude contra Imtiyas Warriach, proprietário do salão de festas Ferozewala Pul, e contra o administrador do salão, Abid Virk. Até o momento dessa notícia, os dois permanecem em liberdade.

O chefe da delegacia de polícia não estava disponível para comentar o assunto, mas um oficial disse à agência de notícias Compass Direct News que os dois suspeitos seriam presos em breve.

A família soube das mortes quando um outro filho de Yousaf Masih, Javed Masih, de 21 anos, recebeu um telefonema em casa do proprietário do salão, Imtiyas Warriach, dizendo que seu irmão mais velho, Imran Masih, estava morto no chão do salão de festas.

Por não terem recebido pagamento, os três irmãos tinham deixado o salão para trabalhar em outro local antes de terem regressado no fim de semana que antecedeu o envenenamento. Javed Masih disse que falara ao telefone com Imtiyas na sexta-feria, dia 11/12, quando o proprietário ligara pedindo que seus três irmãos voltassem ao trabalho.

“O proprietário e o administrador do salão de festas me ligaram na manhã do dia 11 de dezembro e imploraram para que meus três irmãos se reunissem e começassem a trabalhar”, disse Javed Masih. “Eles prometeram pagar seus salários atrasados, bem como um bônus de natal e as horas extras. Meus irmãos concordaram e foram trabalhar na manhã seguinte.”

Quando Yousaf e Javed Masih foram chamados ao salão de festas, no dia 15 de dezembro, encontraram Imran Masih e Irfan Masih mortos. Aakash Masih estava vivo, mas ainda deitado no chão, disseram eles.

Yousaf Masih disse que, há muito tempo, seus filhos tinham-lhe dito que o proprietário Imtiyas Warriach e o administrador Abid Virk se recusavam a pagar suas diárias e que os administradores e membros da equipe do salão falavam-lhes de forma depreciativa por serem cristãos.

“Sobre a exigência de suas diárias, o proprietário e o administrador tinham-lhes ameaçado que continuariam a trabalhar sem pagamento ou enfrentariam consequências terríveis”, disse Yousaf Masih. “Após meus filhos terem voltado a trabalhar como faxineiros, tanto o proprietário como o administrador começaram a ridicularizá-los por terem deixado o emprego anteriormente. Os dois muçulmanos zombaram de meus filhos por serem cristãos e os chamou de nomes pejorativos tais como "Chootra"”.

Yousaf Masih, de 47 anos, disse ao Compass no escritório de uma organização de direitos humanos que seus filhos haviam trabalhado no mesmo salão de festas desde o dia de sua abertura em 2005. Soluçando, ele disse que o proprietário e o administrador nunca lhes pagaram o salário completo durante esse tempo. Então, eles começaram a procurar por outro trabalho algumas semanas antes do festival islâmico de sacrifício, chamado Eid-ul-Azha.

Os muçulmanos evitam casamentos durante o mês islâmico de Muharram. Então, na pequena janela de tempo entre esse mês e o fim do festival de Eid-ul-Azha, os salões de festas de casamento prosperam e precisam de toda a ajuda possível, disse ele.

Javed Masih disse que os corpos de Imran Masih e Irfan Masih foram levados para o necrotério do Hospital Civil de Gujranwala para autópsia.

Tradução: Missão Portas Abertas

Fonte: Compass Direct

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cristãos Alegres na Igreja Sofredora

Johan Companjen

Há muitos conceitos errados em relação à Igreja Sofredora:
• Nós (a igreja do mundo livre) somos privilegiados – eles é que são privados.
• Nós é que temos muitos motivos de gratidão – eles só podem orar.
• Nós temos alegria – eles só têm tristeza.

Se avaliarmos o valor da vida somente por padrões materiais, estas observações provavelmente estejam corretas. O povo perseguido realmente tem falta de muitas coisas que tornam nossas vidas mais agradáveis. E além disso, precisam lidar com muita tristeza. Enfrentam oposição e discriminação.

Mas Jesus nos ensinou que a vida consiste de muito mais que o pão. Um bom carro, uma bela casa e bastante dinheiro não nos tornam necessariamente mais felizes! Há muitos exemplos disso à nossa volta.

Grande parte dos nossos irmãos e irmãs perseguidos tem pouquíssimos tesouros aqui na terra. Mas têm tesouros no céu. E Jesus nos disse em Mateus 6.21 que onde estiver nosso tesouro, lá estará nosso coração também. Riqueza espiritual não depende de riqueza material. Nossas vidas aqui na terra são muito curtas em comparação com a eternidade.

Não resta dúvida que passar falta das coisas materiais pode ser muito duro, especialmente quando se trata de alimento. Mas muitas pessoas neste lado do mundo morrem espiritualmente por causa de ter excesso de riquezas materiais.

A alegria que a Igreja Sofredora experimenta no meio da sua tristeza não é baseada em coisas passageiras. Não esperam honra nem reconhecimento do seu ambiente hostil. Têm pouquíssimas possessões materiais. Mas com seus olhos fixos em Jesus, de fato experimentam a alegria que a Bíblia promete.

É a alegria que permanece, mesmo quando problemas vêm em nosso caminho. É a alegria que Jesus prometeu aos seus discípulos, pouco antes de ir para a cruz. Ele sabia que seria difícil para seus seguidores. Sofreriam muito. Seriam perseguidos, assim como ele foi. Entretanto, prometeu-lhes uma alegria que ninguém conseguiria tirar deles (Jo 16.22).

Esta alegria não é baseada na ausência de tristeza, mas na presença de Jesus nas nossas vidas. Paulo conhecia esta alegria. De outra forma, como poderia ter cantado na sua cela de prisão em Filipos? E nos exortou, escrevendo de outra cela, a "regozijar-nos no Senhor" (Fp 3.1).
Pedro conhecia esta alegria, do contrário não poderia ter falado com os crentes primitivos para se regozijarem por serem perseguidos (1 Pe 4.13).

Davi conhecia esta alegria. Todas as vezes que enfrentava uma situação desesperadora na sua vida, buscava a face de Deus e era transformado. "Na tua presença há plenitude de alegria", testificou (Sl 16.11).

Jesus prometeu alegria a todos seus seguidores, não somente à Igreja Sofredora. Prometeu-a a você e a mim. Não depende das circunstâncias, mas da presença dele na nossa vida. Há alegria na presença de Jesus. Sorria!

Johan Companjen é da Missão Portas Abertas. Maiores informações sobre o seu trabalho e a Igreja Sofredora no site: http://www.portasabertas.org.br/

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Muçulmanos interrompem exibição de filme sobre Jesus

PAQUISTÃO (13º) - Cerca de 50 muçulmanos armados com paus e machados atacaram uma exibição do filmes “Jesus”, em uma cidade da província de Punjab, na quarta-feira, 9 de dezembro, ferindo três evangelistas e quatro cristãos.

Dois dos evangelistas ficaram gravemente feridos. Os extremistas muçulmanos também destruíram o projetor, queimaram rolos de filmes e fugiram com as doações dos cristãos no vilarejo de Chak, cerca de 10 km de Sargodha.

Os policiais da delegacia de Saddr se recusaram a registrar uma ocorrência contra os agressores muçulmanos.

Os três evangelistas - Ishtiaq Bhatti, Imtiaz Ghauri and Kaleem Ghulam – que projetavam o filme no terreno da igreja católica de Chak, que fica na jurisdição da delegacia de polícia. Ishtiaq disse que a área da igreja foi preenchida com palmas enquanto Jesus realizava milagres, ressuscitava os mortos, expulsando espíritos demoníacos e curando os enfermos.

Os feridos no acidente foram levados para a Unidade Básica de Saúde (BHU), do vilarejo de Chak. Ishtiaq recebeu tratamento para pequenos machucados, enquanto Imtiaz e Kaleem ficaram gravemente feridos e foram levados para outro hospital.

Eles disseram que os líderes muçulmanos instigaram a violência contra os cristãos.

“Eles vieram para nos matar, quebraram todos os nossos equipamentos e levaram todas as doações ofertadas pelos membros da igreja. Os muçulmanos também feriram os cristãos que tentaram impedi-los de destruírem tudo.”

A intervenção de Chaudhary Nassar-Ullah Cheema, líder do vilarejo, resultou no resgate dos evangelistas e na rendição do grupo de muçulmanos. Os extremistas foram forçados a deixar o terreno da igreja, mas somente após um intervalo de duas horas.

Testemunhas oculares disseram que muitos muçulmanos e seus líderes se reuniram fora da igreja enquanto o filme estava sendo exibido, inclusive subindo em árvores para ter uma melhor visão da tela. Elas disseram que enquanto os muçulmanos assistiam ao momento da ressurreição e ascensão de Cristo, eles ficaram enfurecidos, porque o islamismo que seguem proíbe a demonstração de um homem vivo, principalmente um profeta.

As fontes afirmaram que, apesar de os muçulmanos acreditarem que Cristo foi um profeta, mas não creem na crucificação, afirmando que outro homem foi colocado em seu lugar naquele momento.

Os cristãos tentaram prestar queixa na polícia, mas os policiais não permitiram.


Tradução: Missão Portas Abertas





Debates sobre o islamismo na Europa




EUROPA - A recente votação na Suíça que culminou na proibição da construção de novos minaretes chocou e enfureceu muçulmanos em todo o mundo. Mas a medida polêmica também reflete uma sensação crescente de desconforto entre outros europeus que sentem dificuldades em aceitar a visibilidade cada vez maior do islamismo. 

Na pequena cidade suíça de Langenthal, a batalha em torno dos minaretes tem sido travada, e não parece haver esperança de reconciliação entre vitoriosos e derrotados. "Eu me sinto vítima de abuso e ferido como pessoa", queixa-se Mutalip Karaademi. "Nós queríamos atingir um símbolo", afirma Daniel Zingg. "E nós o atingimos". 

Zingg impediu a construção do minarete desejado por Karaademi, e conseguiu fazer com que se tornasse ilegal a construção de qualquer outro minarete na Suíça. Ele foi um dos autores do texto do referendo que foi aprovado pelos suíços em 29 de novembro último, com 57,5% dos votos. Agora a constituição trará a seguinte sentença: "É proibida a construção de minaretes". 

A decisão suíça chocou a Europa e o mundo porque os seus desdobramentos vão bem além da construção de minaretes - eles dizem respeito também à identidade de um continente inteiro. Este foi um referendo sobre a percepção ocidental do islamismo como uma ameaça. 

A questão está gerando intensos debates: até que ponto a Europa preponderantemente cristã está preparada para aceitar o islamismo? A decisão tomada por este país alpino tradicionalmente tolerante revela o temor profundo quanto a um islamismo que está se tornando cada vez mais visível. 

Os imigrantes muçulmanos estão ameaçando os valores europeus? Esta é uma preocupação compartilhada por muitos europeus em todo o continente. Pesquisas de opinião conduzidas na semana passada revelaram que 44% dos alemães e 41% dos franceses opõem-se à construção de minaretes. E 55% de todos os europeus veem o islamismo como uma religião intolerante. 

Críticas veementes

Isso explicaria também por que as críticas à votação foram tão veementes. O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, os Estados Unidos e o Vaticano uniram-se nas críticas. 

Eles disseram que a votação suíça violou os princípios de liberdade de religião e de não discriminação. O ministro da Turquia na União Europeia pediu aos muçulmanos que invistam o seu dinheiro na Turquia, em vez de na Suíça, e o primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan disse que o fato reflete "uma posição cada vez mais racista e fascista na Europa". 

Por ora, o que se conteve foi o minarete da comunidade religiosa muçulmana de Langenthal. Mutalip Karaademi, 51, um indivíduo de etnia albanesa que imigrou da Macedônia 26 anos atrás, está de pé em frente à instalação usada pela sua associação religiosa. O prédio é uma antiga fábrica de tinta na periferia da cidade. No topo há uma construção de madeira medindo 6,1 metros. Ela mostra a altura do minarete planejado. O primeiro minarete, que não pode ser construído. 

Karaademi é o líder da comunidade muçulmana local, cujos 130 membros vieram da Albânia, do Kosovo e da Macedônia. A pequena mesquita foi inaugurada 18 anos atrás. No início o minarete não era muito importante, diz Karaademi. Ele era simplesmente um complemento ornamental. Mas agora ele transformou-se em uma questão de princípios. 

Ele deseja tomar providências legais - se necessário, ir até ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, onde é bastante possível que os juízes em Estrasburgo acabem revertendo a decisão constitucional suíça. Karaademi diz adorar a Suíça, que para ele é um modelo de país. "Mas esta proibição é racista e nos discrimina. É um escândalo para o mundo civilizado", queixa-se ele. 

A batalha de um só homem

O tranquilo vencedor desta batalha é Daniel Zingg, 53, um homem calvo que usa óculos de metal. Ele está sentado em uma pizzaria em frente à estação ferroviária de Langenthal, e conversa em uma voz rouca e baixa. "Os minaretes, aquelas pontas de lança da Sharia, aqueles marcos de território recém-conquistado pelo islamismo, não podem mais ser construídos aqui", diz ele. 

"E, dessa forma, a Suíça resolveu um problema que já havia se tornado aparentemente insolúvel em outros lugares, tais como nas grandes cidades da Inglaterra e da França. É um fato bem conhecido que primeiro chegam os minaretes, depois os muezins, os indivíduos que convocam os crentes às preces, as burcas e, finalmente, a lei Sharia", diz ele. Segundo Zingg, a proibição não é dirigida contra os muçulmanos, embora seja verdade que "o Alcorão delega às pessoas a missão de islamizar o mundo, e os muçulmanos daqui não tem nenhuma outra missão, caso contrário, eles não seriam muçulmanos". 

Leia a matéria na íntegra. 



Fonte: UOL

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pastor é atacado durante reunião de oração

ÍNDIA (22º) - O pastor Nidanapu, da igreja Sião, foi atacado por ativistas hindus no vilarejo de Kistapuram, Marikkal Mandal, distrito de Mahabubnagar, Andhra Pradesh, no dia 9 de dezembro.

O pastor estava voltando para casa após realizar uma reunião de oração na casa de um cristão juntamente com alguns membros da igreja. Por volta das 20h, um grupo de ativistas hindus atacou o pastor e os cristãos presentes na reunião. Eles o agrediram muito, provocando ferimentos internos, mas logo o pastor foi levado para o hospital mais próximo. Os agressores tumultuavam, gritando frases contra a fé cristã e acusando os cristãos de realizar conversões forçadas.

Os cristãos locais contataram a All India Christian Council para conseguir ajuda.

Tradução: Missão Portas Abertas

Igreja é incendiada por radicais hindus

ÍNDIA (22º) - Uma igreja foi incendiada por radicais hindus na terça-feira, 8 de dezembro, no distrito de Karimnagar, estado de Andhra Pradesh, Índia.

De acordo com o Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), as investigações revelaram que, por volta das 2h, integrantes de grupos radicais como o Rashtriya Swayam Sevaks e o Bharatiya Janatha Party (BJP), espalharam gasolina na igreja Jesus Lights Manna, e a incendiaram.

A fonte afirmou que a entrada principal da igreja, o altar, as cortinas, o sistema de som da igreja, livros e Bíblias viraram cinzas.

Sabe-se que, por volta das 4h, pessoas que viram a igreja queimando informaram o pastor Mengu Elia que, por sua vez, foi até a delegacia mais próxima e relatou o crime para a polícia, denunciando os radicais hindus.

A fonte diz que os policiais prenderam um dos líderes do BJP e outro criminosos, que estavam diretamente ligados ao incêndio.


Tradução: Missão Portas Abertas
Fonte: ANS

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Curando Almas: a Arte Esquecida


No desafio de liderar uma igreja, algo de essencial foi ignorado.
Eugene Peterson


Pode haver uma reforma em andamento na maneira como os pastores realizam o seu trabalho. Ela pode revelar-se tão significativa quanto a reforma teológica do século XVI. Espero que sim. Os sinais não param de se acumular.
Os reformadores recuperaram a doutrina bíblica da justificação pela fé. A proclamação – fresca, pessoal e direta – do evangelho, através dos séculos, tornou-se uma imenso e pesada engrenagem: mecanismos teológicos elaboradamente planejados, roldanas, niveladores produzindo ruído com seu atrito para, no final, resultar em algo completamente trivial. Os reformadores recuperaram a paixão pessoal e a clareza tão evidentes nas Escrituras. Esta redescoberta do envolvimento íntimo resultou em frescor e vigor.
A reforma vocacional do nosso próprio tempo (caso se trate disso) é uma redescoberta do trabalho pastoral de curar almas. A frase soa antiga, o que ela é de fato. Mas não obsoleta. Ela designa, melhor do que qualquer outra expressão de que eu tenha conhecimento, por um lado o combate incessante contra o pecado e a tristeza, e, por outro, o cultivo dedicado da graça e da fé ao qual os melhores pastores têm se consagrado a cada geração. A sonoridade esquisita da frase pode até apresentar uma vantagem: chamar a atenção para o fato de quão distantes as rotinas pastorais da atualidade se tornaram.
Eu não sou o único pastor que descobriu esta antiga identidade. Mais e mais pastores estão abraçando esta forma de trabalho pastoral e considerando-a um caminho legítimo. Não somos muitos e não somos maioria. E tampouco somos uma minoria destacada. Mas, um a um, os pastores estão rejeitando o pedido de trabalho que lhes foi entregue e preferindo este novo – ou, como parece ser o caso, o antigo tem sido usado durante quase todos os séculos Cristãos.
Não é só fantasia pensar numa época em que os números alcançarão uma massa crítica e produzirão uma reforma vocacional dentre os pastores. Mesmo em caso negativo, me parece a coisa mais significativa e criativa acontecendo no ministério pastoral dos dias de hoje.
O trabalho da semana
O que os pastores fazem no domingo é diferente do que eles fazem entre os domingos. Aquilo que fazemos nos domingos não mudou muito ao longo dos séculos: proclamar o evangelho, ensinar as Escrituras, celebrar os sacramentos, oferecer preces. O trabalho entre um domingo e outro, por sua vez, mudou radicalmente, e não no sentido de um progresso, mas de uma deserção.
Até mais ou menos um século atrás, o que os pastores faziam entre os domingos consistia em uma parte daquilo que eles faziam aos domingos. O contexto mudou: ao invés de uma congregação reunida, o pastor se reunia com uma pessoa ou com um pequeno grupo, ou fazia seus estudos e orações até mesmo sozinho. A maneira mudou: no lugar da proclamação, era a conversa. Mas o trabalho era o mesmo: descobrir o significado das Escrituras, desenvolver uma vida de oração com o objetivo de orientar o crescimento em direção à maturidade.
Este é o trabalho pastoral que foi historicamente definido como a cura das almas. O sentido básico de “cura” em latim é “cuidado”. A alma é a essência da personalidade humana. Neste sentido, a cura das almas consiste, pois, no cuidado orientado pelas Escrituras e modelado pela oração, e voltado a indivíduos ou grupos, seja em contextos sagrados ou profanos. Trata-se, pois, da determinação de se trabalhar o centro, de se concentrar sobre o essencial.
O trabalho entre domingos dos pastores norte-americanos neste século, entretanto, é administrar uma igreja. Ouvi esta frase pela primeira vez durante minha ordenação. Após 25 anos, ainda consigo lembrar da impressão desagradável que ela deixou em mim.
Eu viajava em companhia de um pastor pelo qual tinha muito respeito. Eu estava cheio de entusiasmo e expectativas, antecipando minha vida pastoral. Minha convicção interior da chamada ao pastoreio estava prestes a ser confirmada por outras pessoas. O que Deus desejava que eu fizesse, o que eu queria fazer e o que os outros queriam que eu fizesse estavam em ponto de convergência. A partir de uma leitura razoavelmente extensa de pastores e padres do passado, eu me impressionava com o fato de que a vida pastoral tinha como preocupação primeira o desenvolvimento de uma vida de oração entre as pessoas. Liderar a devoção, pregar o evangelho e ensinar as Escrituras aos domingos desenvolveria, nos seis dias seguintes, a representação da vida de Cristo durante o trânsito humano do dia-a-dia.
Enquanto minha mente estava repleta destes pensamentos, meu amigo pastor e eu paramos em um posto de gasolina. Ele, uma pessoa gregária, discutiu com o frentista. Algo relacionado ao troco provocou a discussão.
“O que você faz?”
“Eu lidero uma igreja”.
Nenhuma resposta teria me surpreendido mais. Eu sabia, claro, que a vida pastoral incluía responsabilidades institucionais, mas nunca me ocorrera que eu viria a ser definido por tais responsabilidades. Mas no momento em que fui ordenado, descobri que eu era definido tanto pelos pastores e executivos ao redor quanto pelos paroquianos em volta de mim. A primeira tarefa submetida a mim omitia completamente a oração.
Enquanto minha identidade pastoral estava sendo moldada por Gregório e Bernardo, Lutero e Calvino, Richard Baxter de Kidderminster e Nicolau Ferrara de Little Gidding, George Herbert e Jonathan Edwards, John Henry Newman e Alexander Whyte, Phillips Brooks e George MacDonald, o trabalho pastoral havia sido quase completamente secularizado (exceto os domingos). Eu não gostava disso e decidira, após um período de confusão, em que me encontrava desorientado, que ser um médico de almas era mais importante do que administrar uma igreja, e que eu seria orientado em minha vocação pastoral pelos sábios predecessores e não pelos meus contemporâneos. Felizmente, encontrei aliados ao longo do caminho e a prontidão dos meus paroquianos para me ajudar a aperfeiçoar minhas tarefas pastorais.
Cumpre esclarecer que a cura das almas não é uma forma especializada de ministério (análoga, por exemplo, ao capelão de hospital ou ao conselheiro pastoral), mas a atividade pastoral por excelência. Não se trata de um estreitamento da atividade pastoral em direção aos seus aspectos devocionais, mas um modo de vida que recorre às tarefas, encontros e situações do dia-a-dia como matéria-prima do ensinamento da oração, do desenvolvimento da fé e da preparação para a morte. Curar almas é um termo que filtra aquilo que é introduzido pela cultura secular. Também é um termo que nos identifica aos nossos ancestrais e aos nossos colegas de ministério, leigos e clérigos, que estão convencidos de que uma vida de oração é o tecido de ligação entre a proclamação do dia santo e o discipulado do dia-a-dia.
Um aviso: eu costumo distinguir a cura de almas da tarefa de administrar uma igreja, mas não quero ser mal compreendido. Não me orgulho de liderar uma igreja, assim como não desprezo a importância da tarefa. Eu mesmo administro uma há mais de 20 anos. Tento fazer o meu melhor.
Eu encaro a tarefa da mesma maneira com que cuido da casa junto à minha esposa. Existem muitas coisas que fazemos cotidianamente, muitas vezes (mas nem sempre) com prazer. Mas nós não administramos uma casa; o que fazemos é construir um lar, desenvolver um matrimônio, educar as crianças, praticar a hospitalidade, exercitar uma vida de trabalho e lazer. É à redução da vida pastoral a tarefas institucionais que eu me oponho, não às tarefas em si, que eu orgulhosamente compartilho com outras pessoas na igreja.
Não será o caso, obviamente, de desafiar teimosamente as expectativas das pessoas e levar adiante de maneira excêntrica o labor pastoral, como um cura do século XVII, ainda que aquele cura pudesse ser de longe mais sensato do que o clérigo atual. O resgate deste trabalho pastoral essencial entre domingos deve ser empreendido em tensão com as expectativas secularizadas da nossa época: deve haver negociação, discussão, experimentação, confronto, adaptação. Os pastores que se dedicam à direção de almas devem realizar a tarefa no meio das pessoas que esperam que eles cuidem de uma igreja. Numa tensão determinada e afável com aqueles que nos prescrevem irrefletidamente orientações de tarefas, podemos, estou convencido disso, recuperar nosso trabalho próprio.
Não obstante, os pastores que reivindicam o vasto território da alma como sua responsabilidade preeminente, não o conseguirão indo fazer um treinamento profissional. Temos de aprender na prática, em nossa própria profissão, pois não somos apenas nós mesmos, mas também o nosso povo que estamos de-secularizando. A tarefa da recuperação vocacional é uma reforma tão teológica quanto interminável. Os detalhes variam conforme o pastor e o pároco, mas existem três áreas de contraste entre cuidar de uma igreja e a cura de almas com a qual estamos familiarizados: iniciativa, linguagem e problemas.
Iniciativa
Liderando uma igreja, eu tomo a iniciativa. Eu me adianto à função. Tomo responsabilidade pela motivação e pelo recrutamento, por mostrar o caminho, por fazer as coisas acontecerem. Caso contrário, as coisas soçobram. Tenho consciência da tendência à apatia, da suscetibilidade humana à indolência, e eu uso minha posição de liderança para evitar isso.
Em contraste, a cura de almas é uma consciência cultivada de que Deus já tomou a iniciativa. A doutrina tradicional que define esta verdade é a previdência: Deus sempre toma a iniciativa. Ele faz as coisas acontecerem. Foi e sempre dele a primeira palavra. A previdência é a convicção de que Deus trabalha diligente, estratégica e redentoramente, mesmo antes de eu aparecer em cena, mesmo antes de eu tomar consciência de que havia algo para eu fazer aqui.
A cura de almas não é indiferente às realidades da letargia humana, ingênua em relação à recalcitrância congregacional, ou desatenta à teimosia neurótica. Mas existe uma convicção determinada e disciplinada de que tudo (eu quero dizer tudo mesmo) é uma resposta à primeira palavra de Deus, ao seu ato inicial. Nós aprendemos a ficar atentos à ação divina já em andamento, de modo que o Verbo outrora inaudito de Deus seja ouvido, e o seu ato ignorado, percebido.
Perguntas relacionadas ao cuidar de uma igreja: O que faremos? Como podemos fazer as coisas funcionarem?
Perguntas relacionadas ao curar as almas: O que Deus tem feito aqui? Quais traços de graça posso discernir nesta vida? Que história de amor eu posso ler neste grupo? O que Deus colocou em movimento de modo que eu possa dar continuidade?
Nós nos equivocamos e distorcemos a realidade quando tomamos a nós mesmos como ponto de partida e nossa situação atual como o critério fundamental. Ao invés de confrontar a condição humana decaída e tomar a iniciativa de recuperá-la sem perda de tempo, nós nos voltamos à previdência divina e descobrimos como podemos fazer as coisas acontecerem no momento certo, do jeito certo.
A cura de almas exige tempo para que se leia os minutes da última reunião, na qual eu provavelmente não estava presente. Quando me detenho em uma conversa, quando me reúno com um comitê ou quando visito um lar, estou conduzindo algo que já está em processo há muito, muito tempo. Deus sempre foi e sempre será a realidade central deste processo. A convicção bíblica é de que Deus “há muito se antecipou à minha alma” (God is “long beforehand with my soul.”) Deus já tomou a iniciativa. Como alguém que chega atrasado para uma reunião, eu adentro uma situação complexa em que Deus já proferiu palavras decisivas e já tomou decisões sumamente importantes. Meu trabalho não é necessariamente anunciar isto, mas descobrir o que ele está fazendo e viver apropriadamente de acordo com isso.
Linguagem
Na igreja, eu uso uma linguagem que é descritiva e motivacional. Eu quero que as pessoas fiquem informadas para não haver mal-entendidos. E quero que as pessoas estejam motivadas para fazer as coisas acontecerem. Mas no tocante à cura das almas eu estou muito mais interessado em saber quem elas são e quem elas estão se tornando em Cristo, do que estou interessado no que elas sabem e no que estão fazendo. Neste quesito eu logo percebo que nem a linguagem descritiva nem a linguagem motivacional ajudam muito.
A linguagem descritiva é uma linguagem “sobre”, ela nomeia o que existe; orienta-nos na realidade. Ela torna possível encontrarmos nosso caminho em meio a labirintos. Nossas escolas se especializam em nos ensinar esta linguagem. A linguagem motivacional é uma linguagem “para” – ela recorre à palavra para fazer as coisas acontecerem. Comandos são transmitidos, promessas feitas, solicitações encaminhadas. Tais palavras fazem com que as pessoas façam coisas que não fariam por iniciativa própria. A indústria da propaganda é o exemplo mais hábil desta arte lingüística.
Por mais indispensáveis que sejam estas formas de linguagem, existe outra, tão essencial à humanidade quanto é fundamental para a vida da fé. Trata-se da linguagem pessoal. Através dela, recorremos às palavras para nos expressar, para conversar, para nos relacionarmos. Esta é uma linguagem “para” e “com”. O amor é oferecido e recebido, idéias são desenvolvidas, sentimentos são articulados, silêncios são honrados. É a linguagem que utilizam, espontaneamente, as crianças, os amantes, os poetas e os fiéis que rezam. Ela está expressivamente ausente quando tomamos conta de uma igreja – há tanto a se dizer e a se fazer que não sobra tempo nem ocasião para que se faça presente.
Curar almas é uma decisão de se trabalhar o coração das coisas, onde somos nós mesmos da maneira mais plena e onde nossos relacionamentos através da fé e da intimidade são desenvolvidos. A linguagem primária deve ser, portanto, “para” e “com”, a linguagem pessoal do amor e da oração. A vocação pastoral não se dá primeiramente numa escola onde os assuntos são ensinados, nem em quartéis onde forças de ataque são empregadas contra o mal (“nor in a barracks where assault forces are briefed for attacks on evil”), mas dentro da família – o lugar onde o amor é ensinado, onde se dá o nascimento, onde a intimidade é aprofundada. A tarefa pastoral consiste em adotar a linguagem apropriada para este aspecto fundamental da humanidade – não uma linguagem que descreve, nem que motiva, mas uma linguagem espontânea: queixas e exclamações, confissões e apreciações, palavras que o coração pronuncia.
Nós temos, obviamente, muito o que ensinar e muito o que fazer, mas nossa tarefa principal é ser. A linguagem fundamental da cura de almas, portanto, é a conversa e a oração. Ser pastor implica aprender a utilizar uma linguagem em que a singularidade pessoal e a santidade individual é reconhecida e respeitada. Trata-se de uma linguagem calma, sem pressa e sem pressão, tranqüila – a linguagem vagarosa dos amigos e dos amantes, que é também a linguagem da oração.
Problemas
Enquanto cuido de uma igreja, tenho que resolver problemas. Sempre que duas ou mais pessoas se juntam, os problemas aparecem. Os egos são feridos, os procedimentos se complicam, os acordos tornam-se confusos, os planos são distorcidos, os temperamentos se acirram. Existem problemas de política interna, conjugais, profissionais, familiares, emocionais. Alguém tem de interpretar, explicar, desenvolver novos planos e melhores procedimentos, organizar e administrar. A maioria dos pastores gosta de fazer isso, e eu me incluo entre eles. É gratificante ajudar a tornar macios os lugares pedregosos.
A dificuldade consiste em que os problemas surgem num fluxo tão constante que a solução acaba se tornando um trabalho de tempo integral. Por ser útil e pelo pastor geralmente conseguir fazer isso bem, não conseguimos enxergar que a vocação pastoral foi subvertida. Gabriel Marcel escreveu que a vida não é tanto um problema a ser resolvido quanto um mistério a ser explorado. Esta é certamente a mensagem bíblica: a vida não é algo que podemos martelar e moldar, deixando exatamente do jeito que queremos; ela é uma dádiva inexplicável. Estamos imersos em mistérios: o amor inacreditável, o mal enganador, a Criação, a Cruz, a Graça de Deus, Deus.
A mente secularizada se aterroriza mediante os mistérios. Então, ela faz listas, rotula as pessoas, distribui funções, resolve problemas. Mas uma vida “resolvida” é uma vida reduzida. Tais indivíduos engravatados jamais correm grandes riscos ou apresentam um discurso convincente sobre o amor. Eles negam ou ignoram os mistérios e reduzem a existência humana a algo passível de ser administrado, controlado, consertado. Vivemos um culto aos especialistas que explicam e resolvem. O vasto aparato tecnológico que nos rodeia dá a impressão de que para tudo existe uma ferramenta, que só precisamos ter condições financeiras de adquirir. Os pastores que desempenham o papel de tecnólogos espirituais têm dificuldades em evitar que este papel absorva outras coisas, já que há muitas coisas que precisam e podem, de fato, ser consertadas.
Mas “existem coisas”, escreveu Marianne Moore, “cuja importância vai além dessas ninharias”. O antigo guia de almas garante a prioridade do “além” em relação às “ninharias” do aquém. Quem está disponível para este trabalho senão os pastores? Alguns poetas, talvez; e as crianças, sempre. Mas as crianças não são bons guias, e a maioria dos nossos poetas perderam o interesse em Deus. Isto faz dos pastores os guias em direção aos mistérios. Vivemos, século após século, vivemos com a nossa consciência, nossas paixões, nossos vizinhos, e nosso Deus. Qualquer visão estreitada dos nossos relacionamentos não corresponderá à complexidade da nossa realidade humana.
Se os pastores se tornam se comprometem a tratar cada criança como um problema a ser decifrado, cada esposa como um problema que exige reconciliação e todo conflito de vontades no coro ou no comitê como um problema a ser julgado, assim nós abdicamos da parte mais importante do nosso trabalho, a saber, orientar a devoção em meio ao tráfego cotidiano, descobrir a presença da Cruz nos paradoxos e no caos de entre os domingos, chamar a atenção para o “esplendor contido no ordinário” e, acima de tudo, ensinar uma vida de oração aos nossos amigos e companheiros de peregrinação.
Eugene Peterson é pastor na Christ Our King United Presbyterian Church (Igreja Presbiteriana Unida Cristo Nosso Rei), localizada na cidade de Bel Air, em Maryland, EUA.



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