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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cristão morre de malária em prisão militar

ERITRÉIA (11º) - A Portas Abertas recebeu a notícia de que mais outro cristão evangélico morreu em uma prisão militar. Teklesenbet Gebreab Kiflom, 36 anos, morreu enquanto estava cativo no Centro de Confinamento Militar Wi’a. Não se sabe a data exata de sua morte.

Ele havia servido na Unidade 31 do Ministério da Defesa do Estado da Eritréia.

Teklesenbet, membro da Igreja do Evangelho Pleno, foi detido durante uma reunião de oração em Assab há aproximadamente um ano. De acordo com fontes, ele sofreu punições militares severas durante seu encarceramento.

Ele teria morrido de malária. Os comandantes de Wi’a se recusaram a lhe dar atendimento médico mesmo estando sua doença em estágio avançado. Fontes dizem que ele foi sepultado secretamente em Wi’a.

Não se sabe ao certo, mas a mãe de Teklesenbet tem 88 anos de idade, e ele era filho único.

Esta é o segundo registro de morte de malária relacionada à falta de tratamento a um cristão evangélico no centro militar de Wi’a. Em junho deste ano, a agência de notícias Compass Direct relatou a morte de Azib Simon, de 37 anos, sob circunstâncias semelhantes (leia mais).

Teklesenbet é o sexto cristão evangélico cuja morte na prisão por causa de sua fé foi confirmada.

Mais 65 presos

Essa notícia veio em meio a relatos de repetidos ataques a evangélicos na Eritréia.

Fontes dizem que, na semana passada, autoridades prenderam temporariamente 65 cristãos evangélicos, inclusive 14 mulheres, que pertenciam às igrejas clandestinas chamadas Igreja Kale Hiwot e Igreja do Deus Vivo, assim como a Igreja Fé Cristã, vista pelo governo como complacente. A prisão ocorreu em cinco locais: Adi-Teklezan Deke Zereeu, Hagaze, Anseba, Dekemhare e Adi-Kuala.

Essas prisões temporárias foram aparentemente feitas na forma de batidas policiais, com uma lista de nomes. Levavam-se pessoas, uma a uma, de seus lares e locais de trabalho.

Fontes confiáveis acreditam que esses nomes foram repassados por informantes de todo o país à Frente Popular pela Democracia e Justiça.

Fontes disseram que os detentos serão provavelmente levados para o novo campo de concentração militar Mitire, que o governo teria estabelecido como um local de punição para prisioneiros religiosos.

Mitire está localizado no nordeste da Eritréia, lugar conhecido pelo calor extremo ao longo de todo o ano. Diz-se que mais de cem cristãos já foram transferidos de várias outras prisões do país para Mitire.

Em outra ocorrência, no início de outubro, funcionários da imigração eritréia ordenaram a quatro missionários católicos que deixassem o país. A ordem foi anunciada pelo Serviço de Informação Católica para a África, em Nairóbi, em 24 de outubro.

O relato citava Flavio Paoli, dizendo que Lucia Andrioletti, Salesian Angelo Regazzo e Donata Maria Moruzzi receberam ordem de deixar a Eritréia em um prazo de oito dias. A irmã Lucia Andrioletti foi a única que realmente partiu, pois sua permissão para residir no país havia expirado. Os outros indicaram que haviam decidido permanecer até que recebessem um escrito, uma vez que, de acordo com eles, todos os seus documentos estão em ordem.

Em Asmara, esses missionários italianos realizam várias atividades, incluindo uma estrutura educacional que visa a melhorar a vida das crianças de rua, e a administração da maior biblioteca pública do país.

A Igreja Católica é uma das quatro religiões reconhecidas pelo governo eritreu. Em 2002, todas as igrejas protestantes independentes foram consideradas ilegais. Apenas o islã e as denominações cristãs luterana, católica e ortodoxa receberam reconhecimento oficial. Os prédios de todas as outras igrejas foram fechados e as reuniões privadas nos lares foram proibidas. Os adoradores que foram pegos desobedecendo a essas restrições enfrentam detenção e tortura nos campos de prisão, notórios por suas terríveis condições.

A agência de notícias Compass Direct estima que mais de dois mil cristãos, incluindo pastores e padres das igrejas ortodoxa e protestante, estejam presos em delegacias de polícia, acampamentos militares e prisões em todo o território da Eritréia por causa de sua fé. Embora muitos estejam encarcerados há meses ou mesmo anos, ninguém foi oficialmente acusado ou teve acesso a processo judicial.

Tradução: Getúlio Cidade



Missão Portas Abertas

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