A célebre cruzada de pernas da atriz Sharon Stone, no filme Instinto Selvagem (1992), entrou para a história do cinema. O que pouca gente sabe é que o idealizador da cena que aguçou a imaginação dos homens em todo o mundo e ajudou a arrecadar uma fortuna estimada em US$ 350 milhões em bilheterias não vai mais proporcionar ao público momentos tão, digamos, apimentados. O roteirista holandês Joe Eszterhas anunciou em Hollywood que se converteu ao Evangelho após um período conturbado em que quase morreu devido a um câncer. “Fiz um acordo com Deus”, declarou, em entrevista. “Passei por uma espécie de conversão íntima que me levou para mais perto de Deus”, garante. Eszterhas conta que era alcoólatra e fumava quatro maços de cigarro por dia. “Depois de uma cirurgia na garganta por causa do câncer, me disseram que eu precisava parar de beber e de fumar imediatamente se quisesse ter uma chance de sobreviver”, lembra. “Cerca de um mês nesse regime, e eu já estava ficando maluco”, lembra. A tribulação pessoal veio num momento de ostracismo, após emplacar outros roteiros famosos, como o de Flashdance (1983) e Invasão de Privacidade, de 1993, com a mesma Sharon Stone. Eszterhas conta que foi sendo tomado pelo desespero até que, em um dia de muito calor, quando mosquitos e abelhas decidiram atacar o aparelho que lhe permitia respirar, ele se sentou na calçada, durante uma caminhada, e começou a chorar. “Ali, eu me ouvi – dentro da minha cabeça, claro, porque não tinha condições de falar – rezando e dizendo: ‘Por favor, Deus, me ajude’”. Ele admite que não rezava desde que era criança, quando freqüentava a Igreja Católica com a família. “Deus tinha sido irrelevante em toda a minha vida. Depois de ficar sentado por cinco ou dez minutos, me levantei e me senti melhor, mais forte do que havia me sentido desde a cirurgia.”O roteirista garante que, depois desta experiência particular com Deus, sua vida melhorou. Além de superar a crise de abstinência, ele passou a ter uma nova motivação para viver. “Durante os meses seguintes, uma vez que não tinha mantido nenhuma espécie de relacionamento com Deus em tantos anos, eu estava relutante em pedir sua ajuda. Mas, finalmente, disse que se o Senhor me ajudasse a viver, eu contaria ao mundo o que aconteceu comigo.” A promessa foi cumprida através do livro Crossbearer: A memory of faith publicado nos EUA pela Editora St. Martin, ainda sem título em português), que foi recebido com surpresa em Hollywood. “Certamente existem muitos que olham para mim e pensam que perdi os miolos”, brinca. Eszterhas conta que esteve com seu antigo agente, Guy McElwaine, cerca de quatro horas antes que ele morresse. Sentou-se ao seu lado, orou, deu-lhe um beijo e notou que as pessoas no quarto ficaram muito tocadas. Quanto ao futuro, ele adianta, nada de trabalhos como Instinto Selvagem daqui para a frente. “Estou seguro de que vou usar essas experiências em meu trabalho, porque eu gostaria de expressar de outras maneiras o que está nesse livro – talvez como ficção, talvez em outros gêneros. Se estou certo de uma coisa, é de que os meus escritos, seja lá qual for a sua forma, jamais serão tão sombrios quanto algumas coisas que escrevi no passado”, avisa. “Vi um lado mais iluminado da vida, e gostaria que ele viesse a aparecer em meus escritos.” Isso também é Hollywood.
Fonte: Cristianismo Hoje
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