PAQUISTÃO (15º) - Uma desavença entre quatro muçulmanos paquistaneses e um idoso cristão resultou no assassinato de sua esposa. Noban Bibi, 65, foi assassinada em 2 de julho, na vila de Khraper, província de Kasur. Por ser cristão, seu marido, Dara Masih, 85, não conseguiu processar os assassinos. Em janeiro, Yaqub Sharif e Hadayat Ali arrombaram a casa do casal e roubaram jóias de ouro e 15 mil rúpias paquistanesas (US$ 200). Dara exigiu que os assaltantes devolvessem os itens roubados, senão iria processá-los. Os dois acusados ameaçaram matá-lo. No dia 2 de julho, às 2h30, Yaqub, Hadayat e mais duas pessoas não-identificadas entraram na casa de Dara e mataram Noban com uma enxada. Apesar das ameaças, Dara registrou o assassinato na delegacia local. Mas ele não conseguiu convencer o delegado a prender Yaqub e Hadayat, pois havia subornado para não prendê-los. Dara levou então o caso para a delegacia do distrito, o qual prendeu os dois suspeitos. No entanto, eles não foram processados formalmente. Proteção de políticos “Esses dois assassinos pensaram: ‘[Os cristãos] não têm voz. Não vai acontecer nada se fizermos alguma coisa’”, disse Sohail, assistente social e coordenador do Ministério Paquistanês Compartilhando Vida (MPCV), uma organização não-governamental que ampara prisioneiros cristãos na província de Punjab. “Os muçulmanos acham que os cristãos são como ovelhas, sem qualquer importância”, complementa. Para Sohail, os culpados escolheram roubar o casal por acreditar que o sistema legal paquistanês não iria processá-los por assassinar cristãos. A ligação dos suspeitos com a máfia e com políticos serviu para lhes dar mais audácia. Conforme Shazhad Kamran, outro assistente social da MPCV, Yaqub e Hadayat são membros de uma organização criminosa e têm laços com políticos locais e nacionais, os quais eles usam para influenciar o sistema judiciário em seu favor. Ele acrescenta: “No Paquistão, políticos sempre precisam de criminosos para que seu poder seja firmado em uma determinada região. Eles sempre dependem dos criminosos, e estes dependem dos políticos para salvá-los”.
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Impunidade gera ataque a cristãos
PAQUISTÃO (15º) - Uma desavença entre quatro muçulmanos paquistaneses e um idoso cristão resultou no assassinato de sua esposa. Noban Bibi, 65, foi assassinada em 2 de julho, na vila de Khraper, província de Kasur. Por ser cristão, seu marido, Dara Masih, 85, não conseguiu processar os assassinos. Em janeiro, Yaqub Sharif e Hadayat Ali arrombaram a casa do casal e roubaram jóias de ouro e 15 mil rúpias paquistanesas (US$ 200). Dara exigiu que os assaltantes devolvessem os itens roubados, senão iria processá-los. Os dois acusados ameaçaram matá-lo. No dia 2 de julho, às 2h30, Yaqub, Hadayat e mais duas pessoas não-identificadas entraram na casa de Dara e mataram Noban com uma enxada. Apesar das ameaças, Dara registrou o assassinato na delegacia local. Mas ele não conseguiu convencer o delegado a prender Yaqub e Hadayat, pois havia subornado para não prendê-los. Dara levou então o caso para a delegacia do distrito, o qual prendeu os dois suspeitos. No entanto, eles não foram processados formalmente. Proteção de políticos “Esses dois assassinos pensaram: ‘[Os cristãos] não têm voz. Não vai acontecer nada se fizermos alguma coisa’”, disse Sohail, assistente social e coordenador do Ministério Paquistanês Compartilhando Vida (MPCV), uma organização não-governamental que ampara prisioneiros cristãos na província de Punjab. “Os muçulmanos acham que os cristãos são como ovelhas, sem qualquer importância”, complementa. Para Sohail, os culpados escolheram roubar o casal por acreditar que o sistema legal paquistanês não iria processá-los por assassinar cristãos. A ligação dos suspeitos com a máfia e com políticos serviu para lhes dar mais audácia. Conforme Shazhad Kamran, outro assistente social da MPCV, Yaqub e Hadayat são membros de uma organização criminosa e têm laços com políticos locais e nacionais, os quais eles usam para influenciar o sistema judiciário em seu favor. Ele acrescenta: “No Paquistão, políticos sempre precisam de criminosos para que seu poder seja firmado em uma determinada região. Eles sempre dependem dos criminosos, e estes dependem dos políticos para salvá-los”.
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