O chamado: Na verdade, desde o meu tempo de Mensageiras do Rei quando eu estudava sobre missões e as histórias dos missionários, já sentia algo muito forte no meu coração. Lembro-me quando minha líder na época, a Evânia, dizia que sentia em seu coração que daquela organização de Mensageiras sairia uma missionária! Eu me tremia toda por dentro e falava para mim mesma que não seria eu! rsrsrs Até o dia em que tive meu chamado para missões aos 12 anos através do testemunho do missionário Miguel Zuguer. Ele havia contado sua experiência de conversão e falado da necessidade que os muçulmanos têm de conhecer a Cristo. Lembro-me dele ter feito o apelo para aqueles que também gostariam de entregar suas vidas para missões. Senti meu coração arder e ouvi claramente a voz de Deus me chamando para ser-ví-lo. Desde então, esperei o momento em que Deus iria dizer para eu sair da minha casa. Isso aconteceu aos 18 anos quando li no Jornal de Missões sobre o Projeto Radical África, que visa atingir os povos muçulmanos do Norte e Noroeste Africano. Orei a Deus e tive o desejo de participar desse projeto a fim de adquirir experiência no trabalho de evangelização com muçulmanos. E foi exatamente dentro do Projeto Radical que tive meu chamado específico para ser missionária tradutora da Bíblia através das aulas e das experiências contadas pelo missionário Rinaldo de Mattos que trabalha com a tradução da Bíblia para o povo Xerente em Tocantins há 40 anos. Fui para a África e esse chamado se confirmou ainda mais na minha vida e hoje, desejo me preparar melhor para voltar ao campo missionário e entregar toda a minha vida no trabalho de tradução da Bíblia.
Aline, quantos anos você tinha quando resolveu se tornar uma missionária e ir para o campo?
Eu tinha 12 anos quando senti o chamado de Deus para trabalhar com os muçulmanos, 18 anos quando fui participar do Projeto Radical África e 19 anos quando tive o chamado específico para ser missionária tradutora da Bíblia.
Foi excelente! Fizemos um ano no CIEM (Centro Integrado de Educação e Missões) num treinamento intensivo sobre missões, evangelismo, Bíblia, antropologia, cultura africana, islamismo e etc. Nós estudávamos manhã, tarde e noite e aos fins de semana fazíamos estágios nas favelas do Rio de Janeiro. Eu trabalhei no Morro do Cantagalo em Ipanema e foi maravilhoso para mim essa experiência! Tivemos também o treinamento de sobrevivência na selva ministrado por militares que nos prepararam para enfrentarmos todo e qualquer tipo de circunstância adversa no campo.
Minha maior dificuldade no treinamento foi o estresse, cansaço físico e mental porque o treinamento é muito intensivo e muito puxado. Eu dormia, em média, de 3 à 4 horas por dia devido os trabalhos e às atividades. Tinha dias que o que eu mais queria é poder dormir e relaxar tranquilamente!
Graças a Deus foi muito boa. Isso não significa que tenha sido perfeita, pois se nós avaliarmos dentro de nossas próprias famílias, nós temos vários conflitos, imaginem no meio de várias pessoas de famílias diferentes, estados e países diferentes com culturas totalmente diferentes! Tivemos muitos choques e conflitos que foram muito bem trabalhados pela liderança que nos possibilitaram a boa convivência e o trabalho em equipe. Às vezes acho que todas as pessoas deveriam passar pelo treinamento Radical para aprenderem a melhor lidar uns com os outros a- fim de trabalharmos unidos no Reino de Deus. Nossa divisa para o trabalho em equipe era Filipenses 2.3 e 4 que diz: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.”
No Senegal, fomos muito bem recebidos pelos irmãos da igreja de Guédiawaye (igreja que hoje está sendo pastoreada pelo casal Humberto e Elis Chagas, missionários da JMM). Os africanos são um povo muito hospitaleiro e aonde nós chegávamos eles nos recebiam com muita alegria e carinho. Costumavam dar do seu melhor para nós!
Qual foi sua maior dificuldade relacionada à adaptação na África?
Creio que foi a língua. Aprender uma nova língua não é fácil, ainda mais quando se precisa dela para tudo! No início eu me sentia como um bebê que por mais que queira falar algo não consegue transmitir. Tinha a sensação de incapacidade, pois por mais que eu soubesse muitas coisas não conseguia transmiti-las. No aprendizado do dialeto foi a mesma coisa. Mas depois que a gente começa a entender... tudo fica mais fácil! Quanto à comida e vestimenta, graças a Deus não tive muito problema. Desde que cheguei amei as roupas africanas e consegui me acostumar bem com a culinária delas (só com relação à pimenta no Senegal e o leite estragado no Mali que não!) rsrsrs
Tudo. Hoje posso dizer que não sou mais a mesma. Minha maneira de enxergar o mundo mudou e nunca mais o verei com os mesmos olhos. Estou mais sensível para muitas coisas que antes eu não percebia. Tem coisas também que antes eu achava importante e hoje não acho mais. Coisas como, por exemplo, minha fé e meu amor por Cristo e pelas pessoas perdidas aumentaram e outras como, por exemplo, meu orgulho e meu egoísmo, que diminuíram (não que estes tenham desaparecido, pois isso nunca acontecerá... infelizmente!). Aprendi a depender mais de Deus e a viver pela fé!
Quais são seus planos daqui por diante?
Meus planos agora são de fazer o seminário teológico, pois uma vez que pretendo ser tradutora da Bíblia, preciso conhecer mais profundamente a Palavra de Deus para assim fazer a tradução correta para outro idioma. Em seguida irei para a missão ALEM que oferece o curso para tradutores da Bíblia e depois, irei para o campo missionário definitivamente junto com meu esposo.
* Orem pelos fulanis (povo com que trabalhei no Mali) para que eles conheçam a Jesus Cristo e tenham a coragem para aceitá-lo mesmo que isso implique na perca de muitas coisas.
* Orem pela minha vida e pelos meus planos para o futuro. Que Deus me guie em cada passo que eu der para que eu possa estar sempre no centro da vontade de Deus.
* Orem pela minha saúde.
* Orem pelos outros jovens que estão no campo dando continuidade ao trabalho que realizamos.
Não há como ser de outra maneira, mas uma Igreja que procura envolver-se com missões, viver missões, fazer de missões a razão maior da sua vida após a promoção do verdadeiro culto a Deus, não há mesmo como deixar de ver surgir em seu meio jovens e não jovens que se sentem chamados para a obra missionária, quer as temporárias como as do tipo “TransBahia”, “Tenda da Esperança” ou mesmo “Radical África, América latina ou Brasil”, quer as de caráter “permanentes” como é o caso do Pr Gilberto e família. É natural que vocacionados de “outras igrejas” queiram “bater em nossas portas” em busca de ajuda as suas chamadas.É natural que uma Igreja que aprendeu a amar Gilberto, Jaqueline e suas filhas e os acompanha em Angola e que uma Igreja que se despediu de Aline, filha da mesma, enviando-a com o “Radical África” para o mundo muçulmano subsaárico - é natural que nessa Igreja haja os realmente vocacionados para missões bem como haja os que, romantizando missões, se achem vocacionados sem estar. Vamos ter de conviver com isso,isto é, com o surgimento em nosso meio daqueles que o Espírito Santo vai chamar para uma obra específica em termos de missões, como com aqueles que bem intencionados, sinceros, por razões várias se sentirão chamados sem estar sendo, por isso é preciso um critério mínimo, como um critério foi colocado pelo Apóstolo PAULO quando escreveu acerca dos que desejavam ser “epíscopos” (bispos ou pastores). No caso da nossa Igreja deve ficar esclarecido, patente que NÃO É O CONSELHO DE MISSÕES A ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL NA IGREJA POR RECOMENDAR E, MUITO MENOS, POR ENVIAR QUALQUER PESSOA PARA UMA OBRA MISSIONÁRIA. O trabalho do CONSELHO é manter aceso o espírito missionário da Igreja com informações, divulgações, promoções e maneiras de levantarmos recursos em relação aos que já estão nos campos. Sem dúvida cabe ao CONSELHO se envolver sempre que um novo campo ou um novo missionário nos é apresentado como desafio como é o caso da nossa parceria com a JMN que nos levou a adotar a cidade de Cascavel no Ceará, mas não é o CONSELHO quem escolhe, quem envia ou quem recomenda “A” ou “B” para essa ou aquela atividade missionária.
2. Relacionar-se bem com os demais membros da Igreja, mesmo os de diferentes faixas-etárias, assim como ter bom relacionamento com os vizinhos, colegas de escola ou serviço.
3. Não ter dívidas que não foram ou não estão sendo pagas, tanto com pessoas físicas quanto com pessoas jurídicas.
4. Vestir-se de forma equilibrada de modo a não causar mal-estar nas pessoas com as quais se relaciona.
5. A princípio estar envolvido (a) com as atividades da Igreja especialmente a Escola Dominical, e as que se relacionam com a evangelização e a oração. Ser um contribuinte regular tanto em relação ao dízimo quanto em relação a Missões.
Jairo Costa
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