A crise financeira nos EUA impactou o mundo. Bolsas despencaram como nunca, os bancos tiveram suas estruturas abaladas e as pessoas se vêem perplexas e aturdidas.
De repente, começam a aparecer caminhões e mais caminhões de dinheiro dos cofres bem-guardados dos governos das nações mais ricas e a gente ouve falar em bilhões disponibilizados (e que chegam à casa dos trilhões). De onde apareceu tanto dinheiro meu Deus?
Inevitável não pensar na fome no mundo. Um problema crônico, aparentemente insolúvel, recorrente, persistente, quase que já integrado à nossa visão conformista da realidade, ecoando as palavras de Jesus (“Os pobres sempre os tereis convosco”), talvez porque ele conhecesse como ninguém o coração ganancioso do homem.
O fato é que um pequeno porcentual de todos esses recursos, disponibilizados com uma rapidez impressionante, resolveria por completo o problema da fome no mundo.
Surgem, é claro, as racionalizações. Os sistemas políticos e econômicos de muitos dos países mais afetados pela carestia impedem a ajuda pronta e definitiva.
E assim seguimos, explicando o inexplicável, complicando o simples, dificultando o fácil e tornando a vida na Terra uma expressão coletiva de esquizofrenia.
Só nos resta a utopia de Jesus: “Felizes os que têm fome, porque serão saciados”.
• Jorge Camargo, mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor. www.jorgecamargo.com.br
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